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Entrevista a Roberto Medina: “O Rock in Rio não é um palco, é um pedaço de nós”

Entrevista a Roberto Medina: “O Rock in Rio não é um palco, é um pedaço de nós”
António Pedro Ferreira

No momento em que se assinalam 40 anos de Rock in Rio no Brasil e 20 em Portugal, Roberto Medina, criador de um dos maiores festivais do mundo, emociona-se ao fazer o balanço do seu sonho: “O meu legado de vida é o que posso fazer pela cidade que amo”. Longa conversa com o “menino” que começou por fazer publicidade e, em 2001, com a ajuda do Presidente do Brasil, calou o país durante três longos minutos

De amplo sorriso estampado no rosto, Roberto Medina quase faz crer que nos recebe na sala de sua casa e que não nos encontramos separados por um vasto oceano, tamanha a simpatia. O enquadramento na chamada de vídeo permite ver que veste cores claras, que se encontra num escritório arejado e que fala com desenvoltura sobre a sua vida, partilhando de forma generosa memórias de quatro décadas de construção de um dos maio­res festivais do mundo. Essa ideia — a da construção — é reforçada pelo seu discurso, que deixa muito claro que ainda há muito para fazer, muito para erguer, no que à sua Cidade do Rock, capital de um Mundo Melhor, diz respeito. Aos 76 anos, o homem do leme da Artplan, uma das maiores agências de publicidade do Brasil, não esconde o quão entusiasmado está com o amanhã: fala-nos de como os bilhetes para o Rock in Rio serão substituídos por reconhecimento da íris, da torre para desembarque dos festivaleiros que queiram chegar num carro voa­dor, e afiança que não são os nomes impressos nos cartazes, antes a experiência global, que leva dezenas de milhares de pessoas até aos eventos que organiza. E, muito rapidamente, deixa claro que o guião de perguntas cuidadosamente preparado é inútil e que será ele mesmo, com o seu ímpeto e entusiasmo sem limites, a desbravar o terreno desta entrevista. Mas o homem que acredita no futuro e que não enjeita as mais modernas tecnologias, também não teme revelar que o improviso pode ser uma ferramenta preciosa e que a capacidade de pousar o telefone e sintonizar-se na vibração da natureza é fundamental para o equilíbrio que busca. “Quando você está em comunhão com a natureza, esse é o momento em que você fica mais perto de Deus”, sugere o homem que já plantou milhões de árvores e que tem feito a sua parte para salvar a Amazónia. A natureza, acredita Roberto Medina, tem um tempo. Ainda assim, isso não o impede de correr porque o Rio de Janeiro — como o mundo, de resto — pode ser um lugar bem melhor: “Imagino como é que podemos iluminar de forma mais permanente a cidade.”

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