Entre tantos assuntos que dividem os portugueses atualmente, se há coisa na qual se pode concordar é no prato principal da consoada que se aproxima. Como país à beira-mar plantado, é natural que estejamos entre os maiores consumidores mundiais de peixe, mas é o bacalhau que mais se come em Portugal — uma espécie que habita a quatro mil quilómetros de distância das águas lusitanas.
As origens do bacalhau preservado como o conhecemos remontam aos vikings, que há mais de mil anos o secavam ao ar livre para assegurarem provisionamento durante largas temporadas no mar. Um pouco depois, os povos bascos começaram a salgar o bacalhau. Os portugueses entram em cena apenas no século XIV, trocando sal por bacalhau com Inglaterra e quando, em 1473, atracam na Terra Nova, zona prolífica em bacalhau na costa do Canadá. O peixe preservado estabeleceu-se como o “fiel amigo” nos tempos do Estado Novo, que controlava o mercado, tornando o seu preço mais acessível do que o peixe fresco. Ricardo Alves cresceu numa família fiel à venda do bacalhau e hoje está ao leme da empresa fundada pelo pai, a Riberalves. Recordando a história do bacalhau, declara que os portugueses são “apaixonados por esta proteína”.
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