Em fins de julho de 1992, a “Fortuna”, revista mensal de negócios, publicou o primeiro ranking dos bilionários em Portugal, em que se listavam 99 fortunas, 77 das quais quantificadas. Estava-se a seis meses da entrada no mercado único europeu, nas vésperas de uma crise económica, tinham passado 15 anos das nacionalizações, vivia-se em pleno processo de privatizações, que se iniciara em 1988 e que se prolongaria pela década seguinte, tendo sido vendidas pelo Estado mais de 100 empresas, entre bancos, seguradoras, cimentos, telecomunicações, energia, e tinham-se criado entre 1987 a 1989 mais de 200 empresas parabancárias: capital de risco, gestoras de fundos imobiliários.
A primeira lista dos “Mais Ricos de Portugal” foi feita tendo como base de dados o “Duns Pep-Principais Empresas de Portugal”, uma publicação da Dun & Bradstreet, hoje Informa DB, e contou com o apoio prudente e sábio de Leonardo Ferraz de Carvalho (faleceu em 1998), um economista e gestor que conhecia bem os grupos económicos do Estado Novo e os emergentes na democracia. Os primeiros lugares da lista faziam a confluência entre o velho capital, que fora dizimado com as nacionalizações, com o novo capital, que se forjara sobretudo com empresas exportadoras, como se dizia no texto de abertura do artigo: “A par destes velhos senhores, aparecem os novos capitães da indústria.”
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