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O Ártico está a aquecer: o que andam as grandes potências a preparar lá em cima?

CONTROLO Tropas russas e americanas vigiam as respetivas fronteiras no Ártico, uma zona do planeta cada vez mais disputada
CONTROLO Tropas russas e americanas vigiam as respetivas fronteiras no Ártico, uma zona do planeta cada vez mais disputada
MAXIME POPOV/AFP via Getty Images

Ver o mundo com o Ártico ao centro dá uma nova perspetiva sobre o amanhã: a região parece ser uma nova fonte de riscos securitários para a UE e para a NATO. O que acontecer lá em cima terá um impacto sistémico sobre o clima e sobre o futuro de todo o planeta

O Ártico está a aquecer: o que andam as grandes potências a preparar lá em cima?

Jaime Figueiredo

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Há um ano, acordámos com uma notícia estonteante: durante a madrugada, a Rússia tinha lançado uma invasão da Ucrânia em larga escala. Nesse momento, a ordem de segurança europeia que conhecemos ao longo dos últimos 30 anos acabou. A questão do que se lhe seguirá tem sido analisada e debatida com os olhos postos no Leste europeu, mas há outra região do globo onde a geopolítica está em convulsão. Sob o impacto combinado da competição entre grandes potências e do aquecimento global, o mapa geopolítico do Ártico está hoje em profunda transformação, com consequências imprevisíveis.

Se assim é, porque está o Ártico tão longe das nossas mentes? Em parte, porque a nossa conceção da geografia terrestre está condicionada pelo planisfério de Mercator. A solução encontrada pelo cartógrafo flamengo do século XVI consegue projetar o globo de forma plana, mas a custo de várias distorções. Uma delas é a omissão da posição central do oceano Ártico relativamente à América do Norte e à Eurásia. Além de ser a menor das cinco bacias oceânicas por área (4,3% da superfície terrestre), a bacia do Ártico é bordejada pela Rússia, os EUA (Alasca), Canadá, Dinamarca (Gronelândia), Islândia e Noruega. A Finlândia e a Suécia não têm costa no Ártico, mas também têm territórios a norte da linha do Círculo Polar Ártico.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

* Investigador, doutorando em História, Estudos de Segurança e Defesa no CEI-ISCTE e bolseiro da FCT

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jdfigueiredo@expresso.impresa.pt

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