A Revista do Expresso

Hugo van der Ding: “A escrita é onde me sinto tranquilo e à vontade”

8 outubro 2022 19:35

Nuno Botelho

Nuno Botelho

Fotojornalista

Tem alguns livros na gaveta, milhares de tiras publicadas e milhões de palavras ditas nas ondas da rádio. Estudou Direito, mas não acabou o curso, viveu nos Países Baixos e regressou. Uma conversa sobre os erros, os medos e o talento de manter o humor sem ser humorista

8 outubro 2022 19:35

Nuno Botelho

Nuno Botelho

Fotojornalista

Tem 46 anos, mas ainda parece um rapaz. Nasceu dois anos depois da revolução de Abril. Filho único de pais muito novos, sempre foi irrequieto e delirante na capacidade incisiva de ver “o duplo sentido do mundo dos adultos” e de não conseguir parar de fazer trocadilhos — como aqueles que nos deu a conhecer nas páginas das redes sociais. “Um incontinente verbal” ou larger than life, como nos dirá. Estas coisas marcam. Antes de Hugo Sousa Tavares ser Hugo van der Ding, como escolheu chamar-se quando se tornou um fenómeno viral no Facebook, já lá vão 10 anos, andou à procura do seu caminho. Estudou Direito, que não acabou, foi morar para fora, primeiro Londres, depois Amesterdão, regressou, fez traduções e então parou.

Durante dois anos não fez rigorosamente nada. Até ser diagnosticado com bipolaridade. Quando finalmente conseguiu “organizar a vida”, arrancou em velocidade estonteante, como se quisesse recuperar o tempo e engolir a vida, como sempre quis, mas agora de outra maneira, presenteando-nos com a sua sensibilidade e sentido de humor nas múltiplas plataformas onde trabalha. Entre elas destacamos o “Vamos Todos Morrer”, o podcast de maior audiência da Antena 3, onde, nos últimos dois anos, diariamente e em 10 minutos, faz uma necrologia das mais diversas personalidades; ou as tiras — mais de mil — agora reunidas no livro “O Lixo na Minha Cabeça”. Encontramo-nos num jardim da cidade com o Tejo ao fundo, na véspera de viajar para Paris — vai estar em cena na peça “Pais & Filhos”, de Pedro Penim —, e durante duas horas conversamos sobre estes e outros assuntos, tentando percebe o seu desconcertante universo criativo.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.