A
lyna faz café, serve-o e prende os olhos no parque infantil lá em baixo. Sabe que tem visitas, mas há de fumar um cigarro sem dizer grande coisa. Depois pega no telefone e mostra um vídeo. São tanques russos, rodopiam com o cano erguido para as janelas do seu prédio, para as suas janelas, ela filma de trás da cortina. Foi a 27 de fevereiro que entrou em Bucha a coluna de 60 quilómetros de veículos militares cheios de homens, bazucas de ombro, munições, mantimentos. Eram mais de 200 viaturas, segundo as pessoas destas localidades. Tinham Kiev como destino, iam derrubar o Governo. Bucha, subúrbio a 25 quilómetros da capital, cerca de 36 mil pessoas antes da guerra, é uma zona residencial que mistura condomínios fechados com habitação social. A casa de Alyna Koshova não é rica. A filha de 15 anos dorme na sala.
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