Há, no Canadá, a sul de Toronto, uma cidade chamada London. Nessa cidade, vivem cerca de meio milhão de pessoas. E uma em particular, que não tem tempo nenhum, que passou a vida a viajar e a estudar para poder dizer isso sem recorrer a eufemismos, aceitou ter esta conversa. Carlo Rovelli é um dos maiores físicos teóricos do mundo. Escreveu aquele livro que questiona: “E Se o Tempo Não Existisse?” (Edições 70). Ou aquele outro que analisa “A Ordem do Tempo” (Objectiva). Escreveu uma série de livros a explicar como nasceu a Física moderna, de onde veio, que abismos enfrentou, como deu cada salto. Que teorias tiveram de morrer para outras nascerem.
Falar com Carlo Rovelli é contrariar as certezas que configuram o nosso mundo. Não, o tempo não existe em termos físicos. É relativo e relacional. Não, o espaço não é um contínuo. É granular e descontínuo. “Um átomo não é um átomo em si mesmo, é um modo de interação com o resto”, garante ele. “Um objeto nada mais é do que as suas interações.” Tudo interage com tudo. Até a mais ínfima partícula quântica.
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