Bem no centro de Lisboa, na Rua Ivens, um apartamento de enormes janelas centenárias abertas sobre a movimentação do Chiado acolhe obras de arte como quem recebe amigos. O dono da casa abre-nos a porta, afável, como um bom anfitrião, acostumado a receber convidados um pouco de todo o mundo. A decoração é cuidada e pensada ao pormenor, mas sem ser opressiva, refletindo, como um espelho, o ecletismo de Pedro Girão, presidente do Conselho Consultivo Internacional da leiloeira Christie’s. Por aquele apartamento passaram nomes conhecidos, como o costureiro Valentino e aristocratas a quem a discrição obriga a silenciar as identidades.
Lado a lado, caixas de laca japonesas, uma paixão do leiloeiro, um quadro de Pedro Cabrita Reis, outro, prateado, do alemão Anselm Reyle e uma pintura do moçambicano Pedro Vaz. Sobre uma mesa, a fotografia em que Pedro Girão aparece com a rainha Isabel II num concerto da Orquestra Sinfónica de Londres, há alguns anos. “Uma senhora muito agradável”, comenta. Sobre outra mesa, em frente ao sofá, um livro com imagens das pinturas do artista escocês Peter Doig. Um par de biombos do final do século XVIII e, no chão, curiosos aquários japoneses em loiça completam o ritmo estético da casa lisboeta.
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