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Estudantes estrangeiros em Portugal. De onde vêm, onde estudam e quantos são?

Estudantes estrangeiros em Portugal. De onde vêm, onde estudam e quantos são?

Tal como a maioria dos países europeus, Portugal tem “deficiências” na integração no ensino de alunos vindos de outros países — mas os últimos anos têm trazido melhorias e as novas gerações estão cada vez mais acolhedoras

Estudantes estrangeiros em Portugal. De onde vêm, onde estudam e quantos são?

Carlos Esteves

Jornalista infográfico

“Tenho uma aluna eslava de 16 anos que chegou no início do ano e foi colocada no 11º ano. Fala mal inglês, não sabe português, e tem apenas cinco horas de Português Língua Não-Materna por semana: no resto do tempo está nas outras disciplinas, como Filosofia, e não percebe nada [do que está a ser ensinado nas aulas].” O caso é contado por um professor de História da Grande Lisboa: tem 38 anos de experiência, já lecionou em várias escolas à volta da capital, e é crítico da integração de alunos estrangeiros no ensino português: “Os alunos são colocados nos anos correspondentes às idades, sem saber a língua [portuguesa] nem conhecer os conteúdos lecionados. A integração letiva tem muitas deficiências”, explica este professor, que pediu para o seu nome não ser divulgado.

No ano letivo de 2019/2020 matricularam-se no ensino público português 83.307 alunos estrangeiros — um aumento de 47% em dois anos, segundo dados do Ministério da Educação. É muito possível que estes números aumentem ainda mais daqui para a frente: no dia de fecho desta edição, o SEF já tinha concedido pedidos de proteção a 8032 crianças ucranianas. Destas, pelo menos 600 já se encontram a frequentar escolas portuguesas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: tsoares@expresso.impresa.pt / tiago.g.soares24@gmail.com

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