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Ricciardi sugere que Ricardo Salgado o tentou subornar e não tem dúvidas de que o ex-presidente do BES roubou a família

José Maria Ricciardi
José Maria Ricciardi

Em entrevista ao Observador, o primo de Ricardo Salgado manifestou o desejo de abrir um banco com o nome Espírito Santo, para a “família continuar”

O antigo presidente do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, revela, em entrevista ao “Observador”, que não lhe “parecia possível que alguém roubasse a sua própria família”, referindo-se ao primo Ricardo Salgado, mas que hoje em dia isso lhe parece claro.

Durante a entrevista, Ricciardi contou as conversas que teve com Salgado entre 2013 e 2014, quando o Grupo Espírito Santo já estava na crise que levaria à resolução do BES. “Apercebi-me de algumas coisas. Mas nunca nada disto. [...] Não me parecia possível que uma pessoa roubasse a sua própria família. Mas depois, com o tempo que foi passando, deixei de ter qualquer espécie de dúvida sobre isso”, disse José Maria Ricciardi.

Questionado sobre se teria agido de forma diferente se pudesse regressar ao período entre 2007 e 2014, o banqueiro afirma que, “se tivesse sabido de alguma coisa mais cedo”, teria feito “comunicado ao Banco de Portugal, cumprindo o dever de diligência ao qual qualquer administrador de um banco está obrigado”.

José Maria Ricciardi conta que Ricardo Salgado – a quem não deseja “mal nenhum”, apesar de sentir “pena que tenha ido por este caminho” – “estava a comprar maciçamente, em conjunto com outras pessoas, ações da EDP”. “Foi aí que tive o primeiro grande choque”, diz o antigo presidente do BESI, acrescentando que, nessa altura, o primo lhe perguntou “o que queria” para ficar calado.

Sobre o Alzheimer do primo e do peso que isso pode ter na condenação, Ricciardi considera que “se uma pessoa não se consegue vestir e despir sozinha, não consegue comer sozinha, não consegue tomar banho sozinha e se não souber quem é”, “então não há condições para o dr. Ricardo ser preso”.

José Maria Ricciardi manifestou ainda o desejo de abrir um banco com o nome Espírito Santo para a “família continuar”.

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