O advogado de defesa dos 13 marinheiros que se recusaram a embarcar no navio Mondego, António Garcia Pereira, não reconhece que “tenha havido incumprimento de uma ordem” e considera, em entrevista à TSF e ao “Diário de Notícias” nesta sexta-feira, que os militares “já foram julgados, condenados, sentenciados e executados na praça pública”.
“Até agora, aquilo que o país conhece é a verdade da Marinha. Para ser mais exato, a verdade do senhor almirante Gouveia e Melo”, acusa Garcia Pereira. O advogado aponta para o momento em que o chefe do Estado-Maior da Armada discursou no interior do navio, com as televisões a filmar, fazendo “um pré-juízo” e a “divulgação de matérias que supostamente estariam sob segredo”.
Garcia Pereira observa que se tratou de uma “reprimenda deprimente, humilhante e vexatória”, em que os militares foram “apresentados como irresponsáveis, amotinados, revoltosos, sem nunca se terem podido defender”. Destaca ainda que “o dever de obediência não é um dever absoluto” e que os processos “arriscam-se a ser uma completa farsa porque estão completamente pré-decididos”.
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