Hortense Martins, deputada do PS, líder do partido no distrito de Castelo Branco e mulher do atual presidente da Câmara local, conseguiu em 2010 um subsídio de 171 mil euros para a construção de um “Centro de Lazer e Turismo Gastronómico”, projeto familiar que já estava em funcionamento há 24 meses, revela o “Público” esta segunda-feira.
Três anos depois, obteve mais 105 mil euros para uma unidade de turismo em espaço rural que também já estava a funcionar à data da aprovação da respetiva candidatura. O dinheiro foi pago à Investel, uma empresa da família de Hortense Martins e da qual a deputada era gerente.
Recorde-se: por lei, os subsídios não podem ser aprovados se os projetos já estiverem concluídos aquando da decisão final sobre as candidaturas.
Em ambos os casos, a aprovação foi da responsabilidade da Adraces, uma associação de desenvolvimento regional criada em 1992 pelas Câmaras de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão.
Na presidência da associação estava então Arnaldo Brás, vereador na Câmara de Castelo Branco, presidida pelo comendador socialista Joaquim Morão. Já no lugar-chave de diretor executivo e coordenador da equipa técnica da associação estava António Realinho, economista que desde 1992 até agosto do ano passado acumulou essas funções com as de vice-presidente e com a gerência de múltiplas empresas suas.
Realinho, que também foi professor da Universidade Lusófona, cumpre desde agosto de 2018 uma pena de quatro anos e meio de prisão por burla e falsificação em negócios relacionados com uma das suas empresas, lembra o “Público”.
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