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Grupo de ativos tóxicos do Novo Banco arranca 2019 com prejuízos de 649 milhões de euros

Grupo de ativos tóxicos do Novo Banco arranca 2019 com prejuízos de 649 milhões de euros
Rafael Marchante

Em 2018, o Novo Banco perdeu 483 milhões de euros no conjunto de ativos problemáticos, mas a chamada de capital foi “muito maior por causa dos prejuízos acumulados anteriores e todo o prejuízo para trás é reportado à frente”

Em dois anos, o Novo Banco pediu 1491 milhões de euros ao Fundo de Resolução, devido ao mecanismo acordado em 2017 com os seus acionistas, o próprio Fundo e os americanos da Lone Star. Desse montante, 1096 milhões de euros foram por conta de perdas nos ativos - o remanescente foi por requisitos regulatórios. Segundo o “Jornal de Negócios” esta quinta-feira, 2019 arrancou com mais prejuízos dentro desse conjunto de ativos da instituição liderada por António Ramalho.

“O ‘stock’ de perdas passadas transitado para 2019 é de 649 milhões de euros”, revelou José Bracinha Vieira, membro da comissão de acompanhamento do Fundo de Resolução, aos deputados da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, que se realizou esta quarta-feira, 14 de março.

Contudo, isso não quer dizer que venham a ser pedidos 649 milhões ao Fundo de Resolução para cobrir estas perdas. Até porque, de acordo com Bracinha Vieira, em 2019 está estimado que venham a ocorrer perdas de mais 400 milhões de euros. Mas também há fatores que podem vir a diminuir a convocatória ao Fundo de Resolução, como os requisitos de capital do Banco Central Europeu.

Em 2018, o Novo Banco perdeu 483 milhões de euros neste mecanismo de capital contingente, mas a chamada de capital foi “muito maior por causa dos prejuízos acumulados anteriores e todo o prejuízo para trás é reportado à frente”, disse.

Por outras palavras: para o pedido de capital ao Fundo de Resolução concorrem todos os prejuízos que vêm de trás acrescidos das necessidade para cumprir rácios de capital. Além disso, também há ainda a contar os prejuízos do banco como um todo, que consomem capital, que é preciso cobrir: daí que tanto Bracinha Vieira como o presidente da comissão de acompanhamento do mecanismo, José Rodrigues de Jesus, digam que quando começarem os lucros na parte saudável do banco, há margem para cobrir as perdas no conjunto de ativos tóxicos e deixar de pedir ao Fundo de Resolução.

Bracinha Vieira acredita que em 2020 deixará de ser necessário solicitar capital ao Fundo de Resolução, tendo em conta os lucros que o banco já estará a dar.

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