Em 10 anos, bónus no IRS só captou 8% de “cérebros” para Portugal
Mais de 25 mil beneficiários (92%) aparecem listados como cidadãos “sem actividade de elevado valor acrescentado”, ou seja, reformados
Mais de 25 mil beneficiários (92%) aparecem listados como cidadãos “sem actividade de elevado valor acrescentado”, ou seja, reformados
O regime fiscal dos residentes não-habituais (RNH), lançado há dez anos para aliciar “cérebros” e pensionistas de outros países a mudarem-se para Portugal, alcançou um universo de 27.367 beneficiários. No entanto, só pouco mais de dois mil (8%) desenvolvem uma das profissões de elevado valor acrescentado; mais de 25 mil beneficiários (92%) aparecem listados como cidadãos “sem actividade de elevado valor acrescentado”, ou seja, reformados. Esta notícia é avançada pelo “Público” esta terça-feira.
Mesmo entre os 2140 “cérebros” há assimetrias: quase metade (1024) são quadros superiores de empresas. A seguir, mas com uma diferença significativa, surgem engenheiros (384 beneficiários) e consultores de programação informática (170). A partir daí, há 80 trabalhadores na área da investigação científica e desenvolvimento, 50 programadores informáticos, 48 professores universitários, 45 consultores fiscais, 42 designers, mais 41 consultores em informática e 24 auditores.
Estes números foram discriminados pelo Governo numa resposta a uma pergunta feita pelo Bloco de Esquerda em dezembro, depois de este parceiro parlamentar do Governo ter estado mais de meio ano à espera que a equipa de Mário Centeno prestasse informação sobre o RNH.
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