Que balanço faz destes 21 anos de rankings?
O Ministério da Educação sempre foi contra os rankings. Continuo a considerar que não deviam existir, porque comparam situações que não são comparáveis, o que não é justo. Para começar, não faz sentido comparar ensino público e privado, porque são realidades diferentes, já que o público aceita todos os alunos e o privado faz uma seleção. Sempre evitámos fazer rankings, porque não queremos que haja escolas que se vangloriem disso ou outras que se sintam castigadas. Se não forem contextualizados, os rankings podem ser cruéis. Há escolas inseridas em contextos mais desfavorecidos, com muitos alunos apoiados com Ação Social Escolar (ASE), que fazem um excelente trabalho que não é visível. Se olharmos só para os rankings, se calhar essas escolas estão lá mais para baixo. Um pai que olhe para a tabela pensa: “Não quero o meu filho ali”, e isso agrava os preconceitos.
A classe média vai retirando os seus filhos dessas escolas, transformando-as cada vez mais em guetos de pobreza.
Sim. E pior: os pais que não têm possibilidade de tirar os filhos dessas escolas podem ter um sentimento de injustiça que é de todo contrário à equidade que se pretende promover.
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