Premiar empresas, projetos públicos e personalidades que se distinguem nas mais relevantes áreas de um setor determinante para a economia nacional é o objetivo do Prémio Nacional de Turismo, apresentado esta quinta-feira na Bolsa de Turismo de Lisboa. As candidaturas para as áreas de Turismo Autêntico, Turismo Gastronómico, Turismo Inclusivo, Turismo Inovador e Turismo Sustentável, que se mantém desde a primeira edição, já estão abertas no site do PNT www.premionacionalturismo.pt, e decorrem até dia 31 de maio.
Serão depois avaliadas pela Deloitte, por Comités Técnicos e por um Júri. A inovação, a sustentabilidade e a formação são alguns dos critérios transversais utilizados para essa avaliação e eleição dos vencedores do prémio.
Novidade nesta quinta edição, o Prémio Personalidade substitui o Prémio Carreira, reconhecendo uma personalidade cujo trabalho se tenha destacado no último ano em virtude do trabalho desenvolvido no setor.
“Criar valor no interior”
“É com os bons exemplos que o país avança”, assinalou o Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, que marcou presença da apresentação do PNT que decorreu esta quinta-feira, 3 de março, na Bolsa de Turismo de Lisboa. O secretário de Estado destacou o Turismo como “a maior atividade económica exportadora, representa 20% do total de exportações de bens e serviços e tem sido um setor de excelência, de crescimento, pujante na economia, o que se deve às empresas, instituições e personalidades que estes prémios têm reconhecido”, referiu.
Também o administrador Executivo do BPI, Pedro Barreto, assinalou o “salto qualitativo do turismo em Portugal”, refletido nos prémios internacionais com que o país tem sido agraciado, focando a “qualidade a nível da oferta, serviço, inovação e sustentabilidade, essenciais para os excelentes resultados” do último ano.
Além de captar “candidaturas de grande qualidade”, o PNT em particular, tem a vantagem de “dar a conhecer e descentralizar”, já que os diversos projetos têm grande representatividade geográfica.
Foi também de descentralização que falou Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, que focou quatro aspetos inspiracionais no setor do Turismo que podem e devem ser observados pelos particulares e empresas: a “resiliência”, depois de ter sido fortemente afetado pela pandemia de Covid-19; a diversificação, pois atualmente o turismo significa, muito para além do “sol praia e golfe, enoturismo, história, gastronomia e cultura”; a sustentabilidade, causa a que o turismo foi um dos primeiros a associar-se; e a inclusão, a capacidade de “criar valor no interior” que deve fazer parte “dos nossos desígnios enquanto empresas”.
Autenticidade, sustentabilidade e inclusão
No debate que se seguiu à apresentação do prémio, estiveram em cima da mesa os “Desafios e oportunidades do turismo em Portugal”. Com moderação de Ricardo Costa, Diretor Geral de Informação da Impresa, contou com Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, que sublinhou o objetivo de “crescer em valor naquilo que oferecemos aos nossos turistas, uma experiência autêntica e espalhada pelo território e que crie mais valor para os que cá vivem”, e também a projeção de alcançar os 27 mil milhões de euros em receitas em 2027.
Para Gonçalo Castelo Branco, do Chefs on Fire, que venceu o Prémio Turismo Gastronómico em 2022, “há um reposionamento da nossa gastronomia cada vez mais como instrumento de cultura e grande driver de motivação de visita”. Tantos nos projetos anteriores, que além do Chefs on Foire inclui o Comboio Presidencial, têm apostado em criar “um produto para menos pessoas, com muito mais qualidade, e por isso mais sustentável” e, garante que não só no estrangeiro mas também “em Portugal há publico para produtos de qualidade se valerem o dinheiro que está a ser pedido”.
Maria Carmona, do É um Restaurante, distinguido com o Prémio Turismo Inclusivo na edição de 2022, explicou como este negócio social, que trabalha com pessoas em situação de vulnerabilidade e também sem abrigo já consegui integrar 40 pessoas no mercado de trabalho com o apoio da associação Crescer, que se tem focado em “capacitar as pessoas, em vez de apenas dar assistência”.
A “qualidade da oferta, a atratividade do destino e a conjuntura geopolítica”, reforçou Margarida Blattmann, da Top Atlântico + Planeta (vencedor do Prémio Turismo Sustentável 2022), são os três fatores essenciais que tornam atualmente “muito fácil vender Portugal como destino”.
Distinções em 2022
Em 2022, a 4ª edição do PNT - que resulta de uma parceria Expresso e BPI e que conta com o apoio institucional do Turismo de Portugal e com o apoio técnico da Deloitte enquanto Knowledge Partner - recebeu 743 candidaturas, destacando-se as categorias de Turismo Gastronómico (283) e Turismo Autêntico (216), que representam 67% do total. Seguiram-se o Turismo Inovador (13%), Turismo Sustentável (12%) e Turismo Inclusivo (8%). Geograficamente, as candidaturas revelam uma cobertura total do território nacional, com a região Norte a liderar com 239 candidatos, Lisboa com 145, e Centro com 134.
Os vencedores foram conhecidos no final de 2022 num evento realizado na Cidade do Futebol, sede da Federação Portuguesa de Futebol: “Rotas Açores – Itinerários Culturais e Paisagísticos (Açores)” na categoria Turismo Autêntico, “Chefs on Fire” na categoria Turismo Gastronómico, “É um restaurante” e “Azores all in Blue – Turismo & Autismo” em ex aequo na categoria Turismo Inclusivo, “Digital Nomads Madeira Islands” na categoria Turismo Inovador e “Top Atlântico +Planeta” na categoria Turismo Sustentável.
O Prémio Carreira foi atribuído a Jorge Rebelo de Almeida, fundador e presidente do Grupo Vila Galé.
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