Audição de Galamba não mudou opinião do Presidente, mas Marcelo ainda não tem mais nada a dizer
MANUEL DE ALMEIDA
“Mantém-se exatamente o que disse e nos termos em que disse há 15 dias”, afirmou o chefe de Estado no dia seguinte à audição do ministro que gostava de ver fora do Governo
Saiu de um portão do Palácio de Belém para entrar por outro e, assim, fazer umas declarações aos jornalistas que aguardavam junto à sua residência oficial desde meio da manhã quando se anunciou que o Presidente da República falaria às 14h nos jardins. Esteve para falar, cancelou, mas acabou por responder a perguntas. “Neste momento não tenho nada a dizer. Quanto tiver qualquer coisa a dizer, eu direi”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa,
A meio da manhã, numa cerimónia militar em Sintra, que não estava na sua agenda pública, interpelado por alguns jornalistas, o Presidente respondeu que não falava ali, mas que poderia responder a perguntas em Belém, pelas 14h, antes da reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional. Pelas 11h, chegou a algumas redações a mensagem de que o Presidente teria disponibilidade para receber os jornalistas às 14h no Jardim dos Buxos. Alguns órgãos, contudo, começaram a noticiar que o Presidente tinha marcado uma declaração ou, noutra versão, uma conferência de imprensa. Pelas 13h, a conversa foi cancelada. Mas pouco depois das 14h, Marcelo apareceu na rua a andar entre duas entradas do Palácio.
“Mantém-se exatamente o que disse e nos termos em que disse há 15 dias”, começou por dizer o Presidente, lembrando que há duas semanas comunicou ao país que discordava da continuidade de João Galamba no Governo.
“Acompanho o que se passa, atentamente como todos os portuguesas, o que se passa na política, na sociedade e na economia portuguesas. Acompanho e, quando entender que me devo pronunciar, pronunciar-me-ei”, disse. E, perante a insistências dos jornalistas, reafirmou, sempre em movimento: “Continuo a acompanhar a realidade que, como todas as realidades, é dinâmica, é um processo político económico e social.”
Questionado sobre a notícia do Expresso de que está em modo de avaliação contínua do “pântano” de que, em Belém, se liga a continuidade de Costa à manutenção de Galamba no Governo, respondeu: “O único porta-voz sou eu.”
“Depois do que disse há duas semanas, não fiz nenhuma declaração sobre uma situação que acompanho atentamente. Se for necessário, e quando for necessário, faço uma declaração, portanto, não há nada neste momento se não os portugueses saberem que estou a acompanhar atentamente o que se passa", disse ainda o chefe de Estado que mal parou para falar aos jornalistas, mas parou para tirar selfies com turistas e verificar o estado de uma parte da calçada que tinha umas pedras soltas
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