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Nunca um Presidente foi tão duro ao dissolver o Parlamento como agora foi Marcelo (que, desta vez, nem dissolveu)

Nunca um Presidente foi tão duro ao dissolver o Parlamento como agora foi Marcelo (que, desta vez, nem dissolveu)
TIAGO MIRANDA

Todos os chefes de Estado eleitos em democracia recorreram à ‘bomba atómica’, incluindo o atual. Mas, num total de oito dissoluções, de Eanes ao próprio Marcelo, nenhum fez comunicações ao país como a do Presidente da República na quinta-feira a anunciar que não dissolveria. Sampaio referiu “uma grave crise de credibilidade do Governo” quando apeou Santana, não tendo ido, ainda assim, tão longe como Marcelo

Nunca um Presidente foi tão duro ao dissolver o Parlamento como agora foi Marcelo (que, desta vez, nem dissolveu)

Hélder Gomes

Jornalista

Ramalho Eanes dissolveu a Assembleia da República três vezes, Mário Soares uma, Jorge Sampaio duas, Cavaco Silva uma e Marcelo Rebelo de Sousa outra. Na comunicação que fez ao país na quinta-feira, o Presidente da República não bisou, mas deixou recados duríssimos ao Governo de António Costa. Isto significa que todos os chefes de Estado eleitos em democracia recorreram à ‘bomba atómica’ num total de oito dissoluções, mas nas justificações que apresentaram para o fazer estiveram muito longe do arraso de Marcelo – que, desta vez, nem o fez. O Presidente lamentou que a coabitação de sete anos com o primeiro-ministro tivesse terminado – “foi pena” –, assinalou “uma divergência de fundo” quando antes “sempre foi possível acertar agulhas” (Marcelo considerava que João Galamba devia sair do Governo, mas Costa segurou o seu ministro das Infraestruturas), apontou ao Executivo falta de “capacidade, fiabilidade e autoridade” e declarou que “a responsabilidade do Governo não foi assumida como devia ter sido”.

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