Partidos

Rocha é recandidato a líder da IL e promete uma solução de "coragem" e "mudança"

Rocha é recandidato a líder da IL e promete uma solução de "coragem" e "mudança"
ESTELA SILVA/LUSA

Líder liberal diz querer honrar o compromisso assumido há dois anos perante os membros e define a reforma do Estado como primeira prioridade do novo mandato

Rocha é recandidato a líder da IL e promete uma solução de "coragem" e "mudança"

Liliana Coelho

Jornalista

Dez dias depois de ter sido agendada a Convenção Nacional da Iniciativa Liberal (IL) para 1 e 2 de fevereiro, Rui Rocha desfez o tabu e confirmou esta segunda-feira que vai recandidatar-se à presidência da Iniciativa Liberal (IL). O anúncio foi feito pelo líder liberal em entrevista à SIC Notícias, na véspera de Rui Malheiro ser confirmado como o candidato do movimento da oposição “Unidos pelo Liberalismo”, substituindo Tiago Mayan na corrida interna.

"Sou candidato. Eu assumi há dois anos, precisamente por esta altura, um compromisso com os membros da IL de me apresentar a dois mandatos. Portanto, uma primeira parte da justificação para ser candidato é o compromisso que assumi. A segunda parte da justificação para afirmar a minha candidatura a um segundo mandato é a necessidade de desenvolver uma solução política que traga mudança efetiva à Portugal", declarou Rui Rocha na estação de Paço de Arcos.

O presidente da IL disse acreditar que o cumprimento de um segundo mandato honra o compromisso assumido há dois anos perante os membros e dará ao partido a “estabilidade” necessária para cumprir os próximos desafios eleitorais. Um projeto de “continuidade”, após o partido ter ficado pelos mínimos nas legislativas, não cumprindo a meta eleitoral, mas em contrapartida, ter garantido presença em todos os parlamentos, elegendo pela primeira vez para o Parlamento Regional da Madeira, Parlamento Regional dos Açores e Parlamento Europeu.

Num balanço dos últimos dois anos, Rocha considerou que a IL se conseguiu afirmar com um conjunto de políticas que “alargou o espectro” das suas propostas que se centravam na questão fiscal, com soluções para a Saúde, Educação, Habitação e sistema eleitoral.

O projeto agora e desígnio fundamental para este mandato, para o seu início, a primeira prioridade é a reforma do Estado. Manter todas as bandeiras que temos na IL, o crescimento económico, a descida de impostos, também uma visão para a energia e para o ambiente, mas, sobretudo, reforma do Estado e reforma da Administração Pública”, acrescentou.

Rocha considerou ter a "energia necessária" para fazer da IL “uma solução de coragem, de mudança e de governação”, mas preferiu não assumir já diferenças face ao projeto do movimento “Unidos pelo Liberalismo”. Mas admitiu que será importante haver “discussão” e “debate político” no seio do partido, na campanha e na reunião magna eletiva.

Questionado sobre as eleições autárquicas, o presidente da IL adiantou que a sua “convicção” é que o partido deve apresentar-se a esse sufrágio no seu “modo natural”, ou seja, com propostas, listas e candidatos próprios. Ainda assim, não fecha a porta a coligações pré-eleitorais, desde que tenham potencial e acolham ideias liberais. Para isso, terá que cumprir “três” critérios.

"Essa proposta tem de ser credível, tem de ser da confiança das pessoas. Em segundo lugar, tem de ser uma coligação para vencer, tem de ser uma coligação vencedora. E em terceiro lugar, tem de implicar uma mudança, uma mudança concreta, num sentido liberalizante e também num sentido de melhorar a vida das pessoas", explicou.

Apoiar Carlos Moedas em Lisboa cumpriria esses princípios? “Não é uma questão de nome, é uma questão da abordagem e de políticas”, insistiu, reafirmando, contudo, que o partido estará disponível para discutir eventuais alianças, incluindo em Lisboa. A primeira decisão cabe aos núcleos.

Confrontado com as Presidenciais e putativos candidatos, Rocha defendeu que o candidato apoiado pela IL deve representar também as ideias liberais e sublinhou o que nenhum dos nomes apontados corresponderá a esse objetivo. A IL terá assim duas hipóteses: ou apoiar um candidato que possa surgir fora do partido e que represente os valores liberais ou apresentar uma candidatura de um membro da IL.

Cotrim de Figueiredo estará fora da corrida a Belém, segundo o presidente da IL.“Não me parece que neste momento, pelas circunstâncias diversas e também por esta ideia de apresentar caras novas e de apresentar ao país visões diferentes, trazer frescura, pessoas novas à política, não me parece que a insistência contínua no João Cotrim Figueiredo como candidato, sem que o juízo das suas enormes qualidades seja o caminho que a IL deve seguir”, advogou.

Na terça-feira será conhecido o resultado oficial das eleições primárias do movimento “Unidos pelo Liberalismo” para escolher o novo candidato à liderança à IL que substituirá Tiago Mayan, após ter desistido da corrida na sequência do caso da falsificação de assinaturas. Rui Malheiro, conselheiro da IL e porta-voz do movimento, avançou com uma candidatura única e terá contado com 77 votos a favor e 11 abstenções entre os 88 subscritores elegíveis do movimento, ao que apurou o Expresso. Será, assim, o adversário de Rui Rocha na Convenção Nacional.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lpcoelho@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate