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Rocha critica apelo de Passos para entendimentos com o Chega: “Jamais a um país de retrocesso”

Rocha critica apelo de Passos para entendimentos com o Chega: “Jamais a um país de retrocesso”
TIAGO MIRANDA

À margem de uma ação em Arroios sobre Habitação, o líder da IL sublinhou a liberdade de expressão de Passos Coelho, mas criticou as posições defendidas pelo antigo primeiro-ministro que resultariam na “perda de direitos”

Rocha critica apelo de Passos para entendimentos com o Chega: “Jamais a um país de retrocesso”

Liliana Coelho

Jornalista

Um dia depois da apresentação do livro “Identidade e Família” , protagonizada por Passos Coelho, o presidente da Iniciativa Liberal (IL) manifestou-se contra as posições manifestadas pelo antigo primeiro-ministro, nomeadamente o apelo deixado no ar a entendimentos da AD com o Chega. Uma linha vermelha para o partido.

“Não conheço o livro, vi excertos. Muitos deles com os quais não concordo, que traduzem uma visão retrógrada e ultrapassada. Estou completamente em desacordo, mas prefiro que essas posições sejam visíveis, que se conheçam, e que nós as possamos criticar para dizer que o país não pode ser isso”, afirmou Rui Rocha, em declarações aos jornalistas à margem de uma ação de campanha em Arroios sobre Habitação.

Segundo o líder liberal, a visão que o partido tem é de um país avançado e “jamais um país de retrocesso”, de “perda de direitos”. “Defendemos um país de futuro, direitos iguais para todos. O liberalismo é mesmo a filosofia política que defende o indivíduo independentemente das suas características intrínsecas, das suas preferências, pois o liberalismo quer que todos tenham os mesmos acessos e os mesmos direitos”, acrescentou, apontando também para os ataques à ideologia de género.

Afirmando que a IL e outros partidos estarão no Parlamento para defender os valores da democracia, Rocha insistiu que prefere ainda assim que as posições de Passos sejam claras e tornadas públicas para poderem ser criticadas e contrapostas. “Estamos num mau caminho quando alguém defende as suas ideias - com as quais muitas delas eu não concordo e estou até do lado oposto - for logo vítima de ataques, de visões que querem cancelar. A liberdade de expressão deve ser respeitada mesmo e sobretudo quando divergimos completamente dessas posições”, vincou.

Confrontado novamente com as críticas feitas por Tiago Mayan Gonçalves, líder da oposição interna que está pronto para defrontá-lo na corrida à liderança, o líder da IL voltou a admitir que a “concorrência é sempre bem-vinda”, mas recusou tecer mais comentários sobre as questões internas do partido. “Neste momento estamos a tratar do futuro dos portugueses, da crise da Habitação”, notou, reafirmando a firme oposição do partido ao pacote “Mais Habitação”, lançado pelo anterior Executivo e desafiando o novo Governo de Luís Montenegro a adotar um conjunto de medidas com vista a resolver a crise no sector.

Rocha garantiu ainda estar focado em duas questões “absolutamente fundamentais” para o partido nesta altura: o próximo sufrágio na Madeira, em maio, e as eleições europeias, em junho. São mais duas provas de fogo para o presidente da IL, que falhou por três vezes as metas eleitorais definidas para as legislativas e regionais (Açores e Madeira).

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