Partidos

Direção do PSD aliviada com demissão de Albuquerque. Montenegro geriu a crise pessoalmente

Miguel Albuquerque, presidente da Região Autónoma da Madeira, com Luís Montenegro, presidente do PSD, no Conselho Nacional do partido
Miguel Albuquerque, presidente da Região Autónoma da Madeira, com Luís Montenegro, presidente do PSD, no Conselho Nacional do partido
MANUEL DE ALMEIDA

A direção nacional do PSD acha que a decisão de sair de cena foi a melhor. Luís Montenegro terá ajudado Miguel Albuquerque a chegar à conclusão de que o melhor era sair

Direção do PSD aliviada com demissão de Albuquerque. Montenegro geriu a crise pessoalmente

Vítor Matos

Jornalista

O anúncio da demissão de Miguel Albuquerque de presidente do Governo Regional da Madeira esta sexta-feira caiu bem na direção nacional do PSD: Face à evolução da situação, e no respeito pelo povo madeirense e pela autonomia, está a tomar a melhor atitude”, diz ao Expresso uma fonte da São Caetano, manifestando alívio por a saída do líder regional poder amenizar a pressão política a que Luís Montenegro estava a ser sujeito em véspera de legislativas.

O líder do PSD, apurou o Expresso, esteve a gerir pessoalmente, a par e passo, a crise madeirense, e terá ajudado Albuquerque a perceber que tinha perdido as condições políticas para continuar. Fonte próxima do líder contextualiza que Montenegro geriu este embaraço da mesma maneira que fez com o processo do seu ex-amigo de Espinho, Pinto Moreira - arguido e depois acusado num processo de corrupção - a quem retirou a confiança política e sobre quem disse o seguinte: “Seremos intransigentes com o respeito pela lei e pela ética política”.

Miguel Albuquerque tinha reconhecido, esta quinta-feira, que o líder do PSD nacional estava “a acompanhar o caso”, mas isso em nada alterava a decisão de não se demitir, dando a entender que a saída era a opinião de Montenegro: “Mantenho a minha posição. Vou-me defender, não tenho nenhum estigma e tenho a consciência tranquila”, reafirmou em resposta aos jornalistas. Vinte e quatro horas depois, Albuquerque recuava com a alteração do quadro político, e a queda quase certa na Assembleia Legislativa Regional depois de anunciadas moções de censura do PS e do Chega e o fim do apoio do PAN.

Quando o líder regional e presidente da Mesa do Congresso do PSD foi constituído arguido, Luís Montenegro disse que, com a informação que tinha, não havia alterações no plano político, o que foi entendido com uma manifestação de confiança política: “Com a informação que temos, do ponto de vista político não há nada que mude. Não estou a dizer que a evolução do processo possa conduzir a mudanças do ponto de vista político. Neste momento, com a informação que temos, nada se alterou”.

Mas na direção do PSD, o entendimento é que a evolução da informação alterou as circunstâncias políticas, pelo que a saída de Miguel Albuquerque tirou pressão sobre Montenegro, que até à hora de publicação desta notícia ainda não tinha comentado a situação na Madeira.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate