Partidos

Comissão de inquérito à TAP: “Só falta mesmo saber se o PS já tem as conclusões feitas”, diz Montenegro

Comissão de inquérito à TAP: “Só falta mesmo saber se o PS já tem as conclusões feitas”, diz Montenegro
MANUEL DE ALMEIDA/Lusa

Líder do PSD critica “tentativas de condicionamento” por parte dos socialistas, que além de presidirem à comissão parlamentar sobre a companhia aérea, também querem nomear o relator. Considerando que esta atitude “desvaloriza as comissões de inquérito e desprestigia o Parlamento e a democracia”, Montenegro assegura que o seu partido não irá “pactuar com isto”

Horas depois de o PSD ter adiantado que a antiga administradora da TAP Alexandra Reis colocou o seu lugar à disposição em dezembro de 2021, “eventualmente, sem lugar a qualquer indemnização”, através de um e-mail enviado ao então ministro Pedro Nuno Santos, o presidente do partido, Luís Montenegro, acusou o PS de “tentativas de condicionamento” da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão da companhia aérea.

“Não aceitamos que haja tentativas de condicionamento, nomeadamente [depois de] ficarmos a saber que o PS já não fica satisfeito em ter a presidência desta comissão e também quer ter o relator desta comissão”, disse Luís Montenegro, esta quinta-feira, no final de uma reunião com a bancada parlamentar social-democrata. “Só falta mesmo saber se o PS já tem as conclusões feitas”, atirou.

Considerando que a atitude socialista neste caso “desvaloriza as comissões de inquérito e desonra e desprestigia o Parlamento e a democracia”, o presidente do PSD assegurou que o seu partido não irá “pactuar com isto”. “Vamos querer esclarecer tudo aquilo que houver a esclarecer e vamos querer que a CPI possa discutir as conclusões em função dos documentos, dos factos, dos depoimentos, de tudo aquilo que for apurado – e não em função daquilo que o PS parece já ter, à partida, como objetivo que seja o resultado final da comissão”, rematou.

Questionado ainda sobre a entrevista da semana passada de Marcelo Rebelo de Sousa, em que o Presidente da República falou de “uma alternativa fraca na liderança”, Montenegro disse não querer “entrar em diálogo de análise política com o Presidente da República”. “Eu faço a minha análise: o PS perdeu uma parte significativa da confiança eleitoral que teve há um ano e essa parte significativa da confiança deslocou-se para a direita do PS – não exclusivamente para o PSD, mas para outras forças partidárias”, acrescentou. “Há, portanto, uma predisposição das pessoas de, no futuro, poderem vir a confiar num projeto político que se localiza à direita do PS. A função do PSD é tentar congregar à sua volta a grande maioria desses eleitores que hoje representam cerca de 50%, mais coisa menos coisa, do espetro político. É nisso que eu me estou a focar”, disse Montenegro.

Na entrevista, Marcelo sinalizou que para uma alternativa ser “forte”, precisa de ter “um partido liderante de um hemisfério mais forte do que os outros, claramente mais forte”. Ora, o PSD “tem acima do somatório dos outros dois”, o Chega e a Iniciativa Liberal, “mas não o dobro”, concretizou o chefe de Estado. Quanto a esse ponto em particular, o líder social-democrata lançou o desafio: “Vale a pena irem verificar os resultados eleitorais de 2015 para que se possa concluir que a preponderância do maior partido da oposição [PS] – que, na altura, quis governar perdendo as eleições, não é o meu caso – não anda longe daquela que o PSD tem hoje.”

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas