Parlamento

Ninguém saiu ileso da entrada de Christine Ourmières-Widener na "batalha política"

6 abril 2023 8:22

Christine Ourmières-Widener com o presidente da comissão de inquérito, Jorge Seguro Sanches. Na terça-feira, a ainda CEO da TAP tornou pública uma reunião ‘secreta’ que levou a IL a pedir a demissão de João Galamba

tiago miranda

Christine Ourmières-Widener dispara em todas as direções e dá tiros nos pés. Duas “reuniões secretas” marcam a audição da futura ex-presidente da TAP

6 abril 2023 8:22

Em 13 páginas apenas, a ainda presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, abriu a comissão parlamentar de inquérito, com um documento onde conta a sua versão da história, varreu meio mundo em torno da TAP e distribuiu responsabilidade, reservando para si um lugar de vítima. “Eu fui um bode expiatório, numa batalha política”, defendeu a gestora, que o Governo escolheu para gerir a TAP (de novo) pública. O que fez, salientou repetidamente, foi autorizado pelo Governo e sob o conselho dos juristas, a SRS. Colou-se num papel passivo, de observadora. Pouco falou de Alexandra Reis, o gatilho de um rol de demissões, cujo epicentro começou com a CEO da TAP a despedi-la no início de 2022.

Numa audição de seis horas e meia, que entrou pela noite dentro de terça-feira, Christine Ourmières-Widener, que apareceu ladeada dos seus advogados, comprometeu seis envolvidos no caso da indemnização de €500 mil de Alexandra Reis. Três têm o destino traçado e já saíram ou estão de saída de cena — o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o ainda presidente do conselho de administração, Manuel Beja. Os outros três tentam-se segurar — Gonçalo Pires, administrador financeiro da TAP, Fernando Medina e João Galamba.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.