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Montenegro manifesta "total confiança" em Rangel e avisa militares para não colocarem em causa "repartição de responsabilidades"

Montenegro manifesta "total confiança" em Rangel e avisa militares para não colocarem em causa "repartição de responsabilidades"
ANTÓNIO COTRIM/ Lusa

A exploração do episódio entre o ministro dos Negócios Estrangeiros e o chefe de Estado Maior da Força Aérea é uma “tonteria”, disse o primeiro-ministro

Montenegro manifesta "total confiança" em Rangel e avisa militares para não colocarem em causa "repartição de responsabilidades"

Eunice Lourenço

Editora de Política

Foi uma defesa de Paulo Rangel, mas sobretudo um aviso para que ninguém coloque em causa a “repartição de responsabilidades” que existe entre políticos e militares na sociedade portuguesa. Em causa está um episódio, ocorrido na base aérea de Figo Maduro, entre o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e o chefe de Estado Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves, que já levou o PS e o Chega a pedirem audições no Parlamento.

“Acho uma tonteria criar aqui um caso e achar que o Governo porá em causa duas coisas: primeiro, a credibilidade e confiança no ministro Paulo Rangel no governo e, em segundo lugar, - à boleia de incorreções em notícias - fazer eclodia em Portugal, 42 anos depois da revisão constitucional de 1982, aquilo que é a repartição de responsabilidades entre o poder político e poder militar. Aqueles que o querem fazer vão ter de o fazer sozinhos”, afirmou o primeiro-ministro, em Faro, depois da Cimeira Ibérica. A revisão constitucional de 1982 acabou com o Conselho da Revolução e estabelece a separação entre o poder político e as Forças Armadas.

Questionado pelos jornalistas se mantinha a confiança a confiança no ministro, Montenegro foi veemente: “Se há aqui alguém que quer abanar o Governo e abanar a presença do ministro Paulo Rangel no Governo, vá treinando porque tem muito que fazer.” E, perante a insistência dos jornalistas que também o questionaram sobre o artigo crítico do almirante Silva Ribeiro sobre o mesmo episódio, o primeiro-ministro começou logo por perguntar se o ex-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas estava no local para ter conhecimento sobre o assunto.

Já ele, Montenegro, disse que conhece o episódio “com minúcia”, mas escusou-se a falar dele, remetendo os esclarecimentos para a audição parlamentar que deverá ocorrer.

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