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Substituição na Misericórdia de Lisboa "é urgente", diz a ministra que perdeu "absolutamente" a confiança em Ana Jorge

Tomada de posse do 24 governo. Maria do Rosário Palma Ramalho.
Tomada de posse do 24 governo. Maria do Rosário Palma Ramalho.
Nuno Fox

Maria do Rosário Palma Ramalho garante que exoneração da mesa da Santa Casa não foi “saneamento político" e anunciou que procura “perfil financeiro” para substituir a provedora ainda em funções

Substituição na Misericórdia de Lisboa "é urgente", diz a ministra que perdeu "absolutamente" a confiança em Ana Jorge

Eunice Lourenço

Editora de Política

“Não é um saneamento político, se fosse já teria quatro ou cinco pessoas para pôr lá” - Maria do Rosário Palma Ramalho, ministra da Segurança social, garante que a exoneração de Ana Jorge de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), não aconteceu por razões políticas, mas por a ex-ministra socialista não ter competências para o lugar. “Perdi a confiança absolutamente”, disse Maria do Rosário Palma Ramalho, em entrevista à RTP, esta terça-feira, onde anunciou que procura um “perfil financeiro” para o lugar.

Encontrar esse perfil e mudar a administração “é urgente, mas não é precipitado”, defendeu a ministra. Quanto à contradição entre os termos da exoneração e a manutenção em funções da administração, Maria do Rosário Palma Ramalho respondeu que ”não quis correr o risco" de interrupção na atividade daquela instituições, dando exemplos do que receou que pudesse acontecer: que não fossem pagos enfermeiros ou não fossem dadas ordens de compras das refeições para pessoas que dependem da assistência da Misericórdia de Lisboa.

Na entrevista, a ministra, que falava pela primeira vez desta decisão, explicou que durante um mês avaliou a situação, acusando a administração da SCML de “total falta de resposta” para as dúvidas e preocupações do Governo. Tendo tomado a decisão de mudar a administração, Palma Ramalho diz que ainda deu hipótese a Ana Jorge de apresentar ela própria a demissão porque “é uma coisa mais simpática para um dirigente de uma instituição pública" e a ex-ministra da Saúde pediu-lhe três horas para pensar. Ana Jorge, contudo, entendeu que não tinha razões para apresentar a demissão, pelo que o Governo optou pela exoneração “inevitável” nas palavras da ministra

A SCML tem “graves problemas financeiros e operacionais” e uma “rutura de tesouraria”, disse a ministra, para quem há um “perigo total” de quebra na atividade de assistência social da instituição, o que só ainda não aconteceu devido à transferência direta de 34 milhões de euros da Segurança Social (correspondentes a uma dívida pendente. “Esse perigo intensificou-se ao longo do último ano”, acusa a ministra, para quem a prioridade é a gestão desta situação".

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