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Carreiras estagnadas fazem razia na Marinha

Carreiras estagnadas fazem razia na Marinha
FOTO marinha portuguesa/lusa

Saídas não previstas das fileiras mais que duplicam. Remunerações são baixas

Carreiras estagnadas fazem razia na Marinha

Vítor Matos

Jornalista

As baixas remunerações e a falta de incentivos são as principais causas para as saídas da Marinha, apontadas pelos militares que pediram o abate ao quadro permanente ou a rescisão do contrato em 2022. Segundo os dados do “Relatório Anual de Saídas Extemporâneas” relativo ao ano passado, mais do que duplicou o número de militares que pediram para sair da Armada em relação à média dos quatro anos anterio­res: em 2022, um total de 298 efetivos quiseram deixar a vida militar, quando a média era de 137, de acordo com o documento a que o Expresso teve acesso.

O problema mais imediato a motivar o abandono das fileiras — e a estes militares juntam-se os que passam à reserva ou que atingem o limite de contratos — são as “remunerações e vencimentos”. Esse aspeto foi identificado por 62,6% dos 238 entrevistados pela Marinha antes de regressarem à vida civil. A essa causa acresce “a ‘oportunidade profissional mais vantajosa’ e a ‘procura de maior valorização, realização e estabilidade’”, fatores que “também estão associadas a aspetos remuneratórios”, escreve no relatório o diretor de pessoal da Armada, comodoro Sardinha Monteiro. O almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, mandou dar conhecimento ao Ministério da Defesa e anotou: “Visto com preocupação.”

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