O debate bimensal com o primeiro-ministro sobre política geral era para se realizar na próxima quarta-feira, 31 de maio. Mas uma “questão de agenda” levou António Costa a pedir para antecipar em uma semana o momento de explicações aos deputados. O debate desta quarta-feira acontece, assim, na semana em que, com a comissão de inquérito à TAP no auge, os partidos da oposição cerram fileiras e tentam explorar ao máximo as contradições de João Galamba: quem foi informado da chamada ao SIS, quem autorizou, quem sabia e quem não sabia? Mais do que o próprio ministro, as revelações sobre o que se passou na noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas, visam o próprio António Costa.
O chefe do Governo, no entanto, pretende chegar ao Parlamento a puxar pelos dados económicos para contrapor ao caso Galamba. A chave, para o Governo, está nos números da economia. O primeiro-ministro, ao que sabe o Expresso, acredita que é maior a perceção de crise económica do que a sensação real de crise no bolso de cada um. E depois de a Comissão Europeia ter revisto em alta as perspetivas de crescimento da economia portuguesa (foi de 2,4% do PIB no primeiro trimestre), Fernando Medina diria esta terça-feira que a previsão é de que a inflação abrande ao longo do ano, registando-se “vários meses de inflação abaixo de 3%”. Embora tal não signifique uma descida transversal dos preços, significa descidas de um lado e estabilizações de outro, o que é “muito importante para a estabilização das expectativas futuras das famílias, das empresas e dos agentes económicos”, diria o ministro das Finanças numa conferência da CMVM.
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