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Frederico Pinheiro respondeu a Galamba antes da demissão: "As notas são as mesmas que li na nossa reunião"

Frederico Pinheiro
Frederico Pinheiro
ISCTE

A troca de Whatsapp entre João Galamba e o seu ex-adjunto, na hora da demissão, mostra duas versões impossíveis de conciliar: o ministro acusa o adjunto de lhe ter escondido que tinha resumos de uma reunião secreta; Frederico Pinheiro responde ao ministro que lhe tinha lido as notas - no dia 5 de abril -, e diz ao ministro que teria de dizer a verdade na CPI e que a decisão de nada divulgar devia ser revista. Ao Expresso, Frederico Pinheiro mostra a troca de mensagens. Admite não ter provas de tudo, mas garante:. “Vou dizer tudo na CPI”

A rutura entre João Galamba e o seu adjunto, Frederico Pinheiro, estava iminente no dia 25 de abril, terça-feira desta semana. O ministro, que estava em Singapura com a sua chefe de gabinete, envia-lhe um Whatsapp em tom de irritação: “Como é que tu te lembras que tens notas um mês depois da reunião em que a Eugénia pediu tudo o que havia sobre a reunião com o grup parlamentar?!?!? E por causa disso tivemos de pedir prorrogação de prazo para envio de documentos”.

A mensagem de Whatsapp de Galamba a que o Expresso também teve acesso foi divulgada pela SIC na noite desta sexta-feira e indicia que Frederico Pinheiro terá ocultado do seu ministro a existência de notas onde ele teria resumido a célebre reunião secreta entre a ex-CEO da TAP e um deputado do PS, para preparar e alinhar perguntas e respostas que Christine Ourmières-Widener iria dar no Parlamento, em janeiro, ainda antes da Comissão de Inquérito começar (mas já depois de toda a polémica ter estourado). Frederico Pinheiro era o representante do Ministério nesse encontro. Na curta nota oficial emitida esta sexta-feira, essa é a posição de Galamba: negou "qualquer acusação de que, por qualquer forma, tenha procurado condicionar ou omitir informação prestada à CPI da TAP".

Só que, na resposta que Frederico Pinheiro envia horas depois, também por Whatsapp a Galamba, essa posição é posta em causa:

“Olá João e Eugénia, boa tarde. Só vi agora o telemóvel”, diz Frederico Pinheiro, acrescentando ao Expresso que no feriado estava longe de casa. Mas, acrescenta, a mensagem: “As notas que eu referi ontem à Cátia [adjunta do gabinete que estava a preparar respostas formais à CPI], são as mesmas que referi e li na nossa reunião no gabinete da Eugénia”.

Essa reunião, diz agora o ex-adjunto do Ministério ao Expresso, aconteceu um dia depois da ex-CEO ter ido à própria Comissão de Inquérito à TAP, onde confirmou a existência de tal reunião. Terá sido, alega, a 5 de abril, e nela estavam Galamba, a sua chefe de gabinete, a adjunta e o próprio Frederico.

O Whatsapp de Frederico em resposta a Galamba detalha o teor do encontro interno: “Na altura considerámos todos que, sendo algo informal, não seria de relevar. No entanto, depois disso, seguiu um comunicado de imprensa a indicar o meu nome como tendo estado presente na reunião. Como referi então, tal decisão criou a possibilidade de eu ser chamado à CPI. Se tal acontecer, eu terei de referir que tenho essas notas. Dito isto, creio que a decisão de não revelar a existência dessas notas deve ser revista”, lê-se.

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