Dotar a Administração Pública de mais meios, melhores salários e carreiras mais atraentes são propostas comuns entre a esquerda e a direita. Reforçar a digitalização dos serviços e eliminar pedidos redundantes que complicam a vida aos cidadãos e empresas são outros eixos dos quais ninguém discorda. Dotar a Administração Pública de centros de competências, de gabinetes que avaliem as políticas públicas e reduzam o recurso a serviços externos (outsourcing) também aproximam esquerda e direita.
Mas há algumas diferenças. A AD coloca mais ênfase na reorganização do Estado, falando na “necessidade de uma análise profunda e crítica de todas as estruturas da Administração Pública, incluindo institutos, observatórios e fundações”. O PS não foge ao tema, mas, em programas globalmente genéricos, sem poucas ideias práticas, é à direita que se avança com um exemplo: uma possível fusão entre a Segurança Social (parte financeira) e a Autoridade Tributária, uma hipótese de que se fala há décadas.
Em matéria de transparência da informação pública, IL e Livre são os únicos a abordar o poder da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos, dizendo que deve ser reforçado, para que os seus pareceres passem a ser vinculativos.
Deixamos-lhe uma súmula do que já foi feito até aqui nos últimos anos para a requalificação da Administração Pública e o que defendem os partidos nestas eleições.
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