Exclusivo

Grandes temas

75% dos jovens ganham até mil euros. Como é que os partidos pretendem mudar isso?

75% dos jovens ganham até mil euros. Como é que os partidos pretendem mudar isso?
Tiago Pereira Santos com Freepik

Três em cada quatro jovens, entre os 18 e os 35 anos, têm salários até aos mil euros líquidos. Especialistas falam numa “desigualdade geracional” e defendem que as medidas dos partidos são insuficientes para estancar saídas

75% dos jovens ganham até mil euros. Como é que os partidos pretendem mudar isso?

Carlos Esteves

Jornalista infográfico

Salários baixos e habitação a valores incomportáveis são dois dos principais fatores que explicam a saída dos jovens do país. Quando se olha para os trabalhadores independentes, 75% dos jovens entre os 18 e os 35 anos ganham até mil euros líquidos, segundo dados do INE referentes a 2023. Deste valor, 39% ganha até 800 euros líquidos. Estes valores impossibilitam a emancipação dos jovens, atrasam decisões como constituir família e colocam a emigração como uma forma de melhorar as condições de vida. A dimensão do problema obrigou todos os partidos políticos a incluírem propostas direcionadas a esta faixa etária que vão de baixas de impostos a apoios na habitação ou melhorias no ensino superior.

Contas feitas, o salário médio mensal líquido de um jovem residente em Portugal aproximou-se dos 926 euros, em 2023. Um valor facilmente ultrapassado por países como a Dinamarca, a Suécia, a Noruega ou os Países Baixos que mais têm recebido jovens portugueses. “São fatores de obstrução da autonomia dos jovens que lhes dá um imenso sentimento de insegurança relativamente ao futuro”, explica ao Expresso Vítor Sérgio Ferreira, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) e vice-coordenador do Observatório Permanente da Juventude.

Segundo as respostas ao Inquérito ao Emprego feito pelo INE em 2023, referidas acima, só 4% dos jovens entre os 18 e 35 anos recebe entre 1500 e 2000 euros. A dimensão é ainda mais reduzida quanto o salário ultrapassa os 2000 euros líquidos, tratando-se apenas de 2%. Este inquérito contemplou apenas os trabalhadores por conta de outrem (exclui trabalhadores independentes), residentes em Portugal, que responderam às questões sobre rendimentos no inquérito do INE – cerca de um milhão de jovens entre os 18 e os 35 anos. Os valores dos salários incluem todos os pagamentos desde subsídios de refeição a horas extraordinárias ou comissões.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mcoutinho@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate