Dois dias depois de reunir com Inês Sousa Real, Mariana Mortágua foi até à sede do Livre sentar-se à mesa com a equipa liderada por Rui Tavares, esta sexta-feira, dia 22. À semelhança do que aconteceu com o PAN, também aqui a líder do Bloco de Esquerda procurou identificar “formas de operacionalizar” a “convergência” à esquerda antes de se iniciar uma nova sessão legislativa onde a direita e a direita radical ocupam a maioria do hemiciclo. Apesar de serem “partidos diferentes em muitos aspetos”, o Bloco e o Livre assumiram aliar-se em torno questões como o movimento feminista, LGBT, o direito à habitação ou movimento climático. O tema que volta a dividir, tal como aconteceu na primeira reunião à esquerda, é a posição quanto ao orçamento retificativo que é esperado que Luís Montenegro venha a apresentar.
Mariana Mortágua voltou a remeter a resposta final sobre a viabilização para depois de “conhecer o orçamento retificativo” e a “orientação política” do documento. Contudo, voltou a inclinar a balança para um chumbo por parte do Bloco. “Cabe também à esquerda cobrar todas as promessas que foram feitas”, atirou. Já Rui Tavares não foi tão claro como Inês Sousa Real quanto a dar luz verde ao eventual pedido do líder dos sociais-democratas, mas assumiu que há “margem orçamental” para “acudir” problemas como a atribuição do subsídio de risco às restantes forças de segurança ou o descongelamento do tempo de serviço dos professores. “Achamos que a maneira correta de o fazer é através de um compromisso de equidade e investimento que seria um plano que toda a gente conheceria e que seria discutido no Parlamento sobre como utilizar o superavit”, defendeu evocando uma das propostas do Livre.
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