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Legislativas 2024

“Nos cultos das igrejas evangélicas há um claro apelo ao voto no Chega”

“Nos cultos das igrejas evangélicas há um claro apelo ao voto no Chega”
JOAO PEDRO SILVA

Donizete Rodrigues, professor de Sociologia da Religião na Universidade da Beira Interior, tem estudando a relação da Igreja Evangélica com André Ventura, Jair Bolsonaro e Donald Trump. Em Portugal, relaciona o crescimento do Chega com a comunidade brasileira, que, na sua maioria, segue este movimento religioso

Graça Henriques

Os imigrantes brasileiros evangélicos são tradicionalmente ultraconservadores e com forte envolvimento na política, diz Donizete Rodrigues, sublinhando que estas pessoas têm maior adesão às ideias radicais defendidas pelo Chega. Além disso, explica o sociólogo, são maioritariamente jovens e com grande domínio das redes sociais, onde André Ventura é uma autêntica “pop star”

Como se explica que num distrito tradicionalmente de esquerda, como é o caso de Setúbal, onde todas as câmaras já foram comunistas, o Chega possa vir a ultrapassar o PCP?

Em primeiro lugar, é pertinente realçar que o PCP está sistematicamente a perder votos e o Chega está em pleno crescimento em todo o país, sendo já a terceira força política em Portugal. No caso de Setúbal, tradicional reduto político do PCP, uma das explicações para a mudança de votos dos comunistas para a direita radical, como é o caso do Chega, prende-se com uma significativa mudança na composição demográfica e religiosa da população. O distrito tem recebido sucessivos e crescentes fluxos migratórios do Brasil, sendo hoje a terceira região com a maior concentração de brasileiros em Portugal. Eles são maioritariamente jovens e com forte presença e utilização das redes sociais – duas características que favorecem o Chega. Ao contrário, os tradicionais eleitores do PCP são pessoas mais idosas e com fraco domínio das redes sociais.

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