Com o calendário a apertar, a corrida ao voto torna-se cada vez mais imperativa. À esquerda, é preciso garantir que a receita que levou à maioria absoluta socialista não se repete. Leia-se: travar o voto útil no PS. Em Évora, Paulo Raimundo teve mais uma tentativa. Perante uma sala cheia, o líder comunista vincou os “recuos” causados pelas políticas socialistas nos últimos dois anos que contrastam com os avanços conseguidos pelo PCP durante os anos de ‘geringonça’. “Pesa-lhe na consciência as opções, as cedências aos poderosos, aos mercados, ao neoliberalismo, contribuição dos lucros da banca. Só há uma razão para o aparente remorso do PS: o próprio PS”, atacou. Está tirada a lição: é preciso mais votos no PCP que voltem a obrigar o PS a “vir a soluções que por sua opção nunca virá”.
“Os últimos dois anos foram um recuo completo em matérias como saúde, habitação e salários”, identificou o líder comunista. Adaptando o discurso à plateia do pavilhão multiusos de Arraiolos, um dos argumentos concretos passou pelas pensões: “O PS conteve ou cortou o valor das reformas. Menos entre 2017 e 2021 por ação decisiva do PCP, mais uma medida que o PS não queria e que o obrigámos a vir.”
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mcoutinho@expresso.impresa.pt