A campanha oficial ainda não começou, mas o dia de Luís Montenegro em nada se distinguiu dos que fará nas próximas semanas. Foi um dia cheio e em que, no vários momentos, o social-democrata procurou uma forma de conter danos do debate duro com Pedro Nuno Santos na segunda-feira. Foi também um dia para afinar a narrativa para tentar ganhar a dianteira da campanha.
Começou com uma arruada no Martim Moniz em Lisboa, onde falou de polícias e imigração, almoçou com responsáveis do sector do turismo, onde prometeu mexer no acordo de rendimentos do Governo e reverter restrições ao alojamento local, seguiu para Odivelas, onde visitou uma esquadra da PSP, e acabou a tarde a falar com alguns históricos social-democratas, como Francisco Pinto Balsemão, fundador do PSD, ou o presidente que mais vitórias conseguiu no partido, Cavaco Silva. Ambos manifestaram apoio a Montenegro, o “empenho, dedicação e capacidade que está a revelar”, o segundo a pedir “uma mudança política no país”.
O longo dia serviu para fazer esquecer ou emendar a mão em alguns assuntos depois de uma entrada titubeante no debate, que deixou Montenegro sem resposta sobre a manifestação das polícias à porta do Capitólio ou sobre as questões de governabilidade.
Se Montenegro tinha conseguido mudar o discurso da esquerda quando barrou definitivamente o Chega, depois do debate com André Ventura, chutando para o PS a pergunta sobre os cenários de governabilidade, as palavras de Pedro Nuno Santos no debate operaram nova reviravolta - com o PS a admitir viabilizar um PSD em maioria relativa, o que fazem os social-democratas?
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