Do mesmo espetro político, já seria de esperar que Bloco de Esquerda e PCP encontrassem mais pontos de contacto do que divergências. E assim foi. Os dois partidos partilharam visões quanto à necessidade de aumentar salários, colocar um travão ao aumento das rendas ou a revogação da caducidade da contratação coletiva. Foi este “percurso de convergência”, lembrou Mariana Mortágua, que permitiu o acordo de 2015 e que a líder bloquista espera que possa voltar a repetir-se este ano, embora em moldes diferentes. Apesar do apelo de Mortágua por “transparência”, Paulo Raimundo evitou respostas claras quanto a um acordo, apesar de ter garantido que o partido “nunca falhará ao que for positivo”.
Até agora, o PCP foi o único partido que ainda não respondeu de forma clara quanto à disponibilidade para se entender com o PS e a restante esquerda nem em que moldes tal deveria ser feito. Aproveitando a presença do secretário-geral do PCP, Mariana Mortágua voltou a pedir “clareza” aos partidos ainda antes da ida às urnas. “A clareza é uma questão de lealdade com os eleitores e uma condição de mobilização do voto”, defendeu.
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