Legislativas 2024

Acordo entre televisões e AD: Montenegro vai aos debates, televisões sublinham questão jurídica

Acordo entre televisões e AD: Montenegro vai aos debates, televisões sublinham questão jurídica

Estações de televisão reconhecem que pretensão da AD de indicar Nuno Melo era legítima e que podem ter contribuído para “mal entendido”

Luís Montenegro cedeu e, afinal, será o próprio líder do PSD a debater com Paulo Raimundo (já este sábado) e Rui Tavares (no seguinte), em vez de Nuno Melo, que tinha sido indicado para esses dois debates em nome da AD. A alteração de posição de Montenegro implicou um acordo entre a AD e as três estações de televisão, em que estas reconhecem como legítima a pretensão da coligação.

Num comunicado emitido pelas televisões responsáveis pelos debates, lê-se que, embora o entendimento tenha sido o de que os frente a frente “envolviam exclusivamente os líderes dos partidos com representação parlamentar”, a AD sinalizou a vontade de "indicar Nuno Melo para alguns debates", visão “perfeitamente legítima”. As televisões mantêm que a questão é apenas “jurídica” e por isso, sublinham a “boa vontade manifestada pela AD” no recuo agora anunciado.

A posição legal manifestada pela AD sobre a representação das coligações é perfeitamente legitima e está plasmada na lei”, dizem as televisões no comunicado em que salientam que as estações “têm sobre este ponto uma opinião jurídica diferente, que decorre sobretudo da prática da CNE (Comissão Nacional de Eleições e da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação)”.

As estações também reconhecem que, durante o processo negocial, já tinha sido manifestada pela AD a intenção de indicar Nuno Melo para alguns debates e reconhecem que "a posição das televisões sobre este tema pode não ter ficado clara, tendo contribuído para este mal-entendido", que lamentam. Ainda assim, salientam, “foi sempre entendimento das três televisões que os debates propostos envolviam exclusivamente os líderes dos partidos e coligações com representação parlamentar”.

Recorde-se que o CDS não tem, de momento, representação parlamentar, embora o acordo para a AD garanta a este partido que volta a ter, pelo menos, dois deputados. Contudo, a inclusão de um líder de um partido sem assento no Parlamento poderia dar razão a todos os outros sem representar parlamentar que protestam por não estar incluídos no ciclo de debates promovido pelas televisões.

“Em nenhum momento a posição das televisões decorreu de alguma posição contra o CDS, mas tão-só do entendimento que fazem do quadro legal e da exclusiva representação de partidos com assento parlamentar”, lê-se ainda no comunicado.

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