Legislativas 2024

Mariana Mortágua quer repetir a geringonça, mas espera por Pedro Nuno Santos

Mariana Mortágua quer repetir a geringonça, mas espera por Pedro Nuno Santos
FILIPE AMORIM

Em entrevista à Lusa, a líder do Bloco de Esquerda aponta para as vantagens de um acordo à esquerda depois de 10 de março. Mas a campanha será feita contra o Governo, o “principal responsável” pelas crises da habitação e saúde. E também aponta contra o Chega

Mariana Mortágua defende um entendimento à esquerda para uma legislatura, tal como aconteceu no período da geringonça, A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) assegura que o foco do partido "nunca será sobre lugares" e terá como prioridade um acordo de "soluções e medidas concretas".

"Orgulhamo-nos de ter feito a Geringonça, orgulhamo-nos de ter feito aquele acordo, orgulhamo-nos de ter retirado a direita do poder, de ter travado aquele processo de terraplanagem de direitos sociais, de ter voltado a dar dignidade ao país, de termos sido a garantia, provavelmente do único governo que fez o que disse que ia fazer", defende Mariana Mortágua, em entrevista a propósito das eleições legislativas de 10 de março.

“Houve um acordo e esse acordo foi cumprido e o Bloco tem consensualmente uma avaliação positiva desse tempo", enfatiza.

No entanto, a líder do BE garante que ainda não teve qualquer resposta de Pedro Nuno Santos sobre a possibilidade – e avisa que não quer um "jogo escondido antes das eleições" de todos os partidos.

“Está no ADN do Bloco de Esquerda ser uma esquerda plural, que aceita diferentes posições, que debate, que discute diferentes posições", garante Mortágua. Mas também acrescenta: o trabalho do partido nesta fase é “fazer o confronto político” com o PS, que esteve no Governo e "é o responsável pela forma como a crise da habitação se sente hoje e como a crise da saúde se sente hoje".

Confronto político à direita e à esquerda

"A prioridade é um acordo para soluções e para medidas concretas", assegura, apontando para uma “capacidade de planear um futuro a médio prazo, de planear soluções para o tempo de uma legislatura" que “dá capacidade e músculo de resposta aos problemas do país”, afirmou Mortágua. "A crise na habitação não se resolve com um estalar de dedos", exemplificou.

"Eu quero e o Bloco quer crescer e crescer muito e eleger mais deputadas e mais deputados, e esse é o meu objetivo”, afirmou, sublinhando que o objetivo final "é conseguir ter uma maioria para aprovar leis e aprovar soluções que digam alguma coisa às pessoas".

O BE, nas palavras de Mortágua, é com o PS que quer "fazer o confronto político" e debater ideias e propostas "porque foi o Partido Socialista que esteve no Governo" e "é o responsável pela forma como a crise da habitação se sente hoje e como a crise da saúde se sente hoje".

A coordenadora também deixa críticas aos partidos à direita, sobretudo o Chega. "E parte da campanha é fazer oposição à direita e o país merece saber quem são os financiadores do Chega. O país merece saber que o partido que se apresenta como um partido antissistema é um partido pago pelo sistema", defende.

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