Legislativas 2024

Pedro Nuno Santos: "É muito difícil o PS viabilizar um governo minoritário da AD"

Pedro Nuno Santos na comissão nacional do PS
Pedro Nuno Santos na comissão nacional do PS
PAULO NOVAIS/LUSA

Em entrevista à CNN, o líder do PS diz que “não vota ao lado do Chega”, quando questionado se votará a favor de uma moção de rejeição do partido de Ventura a um governo de PSD, mas ao mesmo tempo diz que não viabilizará um governo de Luís Montenegro

Pedro Nuno Santos: "É muito difícil o PS viabilizar um governo minoritário da AD"

Liliana Valente

Coordenadora de Política

Repete que não quer falar de cenários, mas Pedro Nuno Santos acaba por ir falando sobre o pós-eleições de dia 10 de Março. O secretário-geral do PS defende que os socialistas não devem dar a mão a um governo minoritário do PSD. “É muito difícil o PS viabilizar um governo minoritário da AD. Não há impossíveis, mas é muito difícil isso acontecer”, disse em entrevista à CNN.

Na mesma conversa, Pedro Nuno Santos começa por dizer que, “se o PS tiver condições de governar sozinho, não tem de fazer alianças com ninguém” uma vez que o PS tem um “projeto autónomo”, na tentativa de apelar ao voto útil à esquerda, para não pulverizar os votos nos vários partidos à sua esquerda.

Quanto a condições de governabilidade, o secretário-geral do PS defende que, neste momento, não há condições para governos minoritários como já houve, porque são “soluções sempre precárias” e que nesses casos “faziam-se negociações que hoje não seriam aceites”. Para Pedro Nuno Santos, por isso, o PS viabilizar um governo minoritário do PSD seria os dois partidos estarem de algum modo comprometidos com a mesma governação. Por isso, a sua inviabilização é de “ordem democrática” porque “não é bom para a democracia porque a válvula de escape passa a ser um partido populista, xenófobo" como o Chega e por ordem de “diferenças substanciais” em termos de propostas.

Contudo, isso não quer dizer que vote favoravelmente uma moção de rejeição. “Nós não determinamos o nosso voto em função do voto de outros partidos, faremos a nossa avaliação”, disse. E, invocando a sua condição de negociador da geringonça, lembrou que não se trata só de não inviabilizar um Governo no momento da votação do programa de governo, mas que depois é preciso garantir que há documentos fundamentais para a governação que têm de ser aprovados, como o Orçamento do Estado. E é nesse momento que não garante a viabilização de um governo minoritário da AD: “Acho que não há impossíveis, mas é muito difícil isso acontecer”, concluiu o líder socialista.



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