Fernando Silva conheceu André Ventura há vários anos, quando ambos eram docentes de Direito Penal na Universidade Autónoma. Em 2022, já depois de ter deixado o ensino, o líder do Chega convidou o antigo colega para partilhar as suas ideias sobre justiça e combate à corrupção nas jornadas parlamentares do partido, na Figueira da Foz. “Ele sabia que eu tinha ideias de direita, julgo que o convite terá sido por isso”, diz ao Expresso Fernando Silva, que foi presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (CPCJ) das Caldas da Rainha entre 2001 e 2007. Ao longo da carreira, o jurista habitou-se a ser convidado para debater com membros do PSD e do CDS-PP — “mas nunca numa perspetiva de dar contributos mais gerais”, ressalva. Com o Chega foi diferente. “Fui sendo convidado para expor as minhas ideias ao partido, senti abertura”, e a queda do Governo “precipitou a colaboração no programa eleitoral”, garante.
O programa eleitoral do Chega já está pronto e será apresentado este fim de semana, no congresso em Viana do Castelo que servirá para confirmar a liderança de Ventura. Assim, o líder vira agora as suas atenções para as listas de candidatos a deputados: “Há conversas com várias personalidades. Vamos ter uma lista forte com independentes e com pessoas oriundas de outros partidos”, garantiu esta quinta-feira, no Parlamento, sabendo que as sondagens indicam um crescimento eleitoral que se poderá traduzir numa bancada com 35 a 50 deputados (atualmente são 12).
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