Depois do tombo eleitoral do PCP nas legislativas, a corrida às europeias também não se avizinha fácil. À redução do grupo parlamentar comunista de seis para quatro deputados ainda fresco na memória, somam-se os receios que o crescimento de partidos como o Chega ou o Livre se repitam em junho e roubem cadeiras em Bruxelas. Para esta batalha, a CDU escolheu um dos nomes mais conhecidos do partido: João Oliveira, ex-líder parlamentar que substituiu Jerónimo de Sousa na campanha de 2022. Depois de ter estado quase totalmente ausente da campanha de Paulo Raimundo, o cabeça de lista às europeias já se lançou na pré-campanha para tentar segurar o resultado de 2021, ano em a CDU conseguiu eleger dois deputados. “Encaramos esta disputa eleitoral com muita confiança e sem olharmos por cima do ombro relativamente a outras forças políticas”, garantiu ao Expresso durante um almoço com dirigentes da associação Moinho da Juventude, na quinta-feira, dia 21. Esta segunda-feira, realiza-se a reunião entre o PCP e o Bloco na roda que os bloquistas convidaram a esquerda a fazer pós-legislativas.
Determinado em soprar as nuvens que pairaram sob o PCP – e que lhe retiraram o lugar do parlamento em 2022 quando não elegeram por Évora –, João Oliveira lembrou as diferenças entre as eleições legislativas e as europeias. “A experiência que temos é que o sentido de voto das pessoas se altera muito se as eleições são legislativas, autárquicas ou europeias. Os critérios de voto são, de facto, muito distintos e até a própria construção do resultado eleitoral é feita de uma forma muito diferenciada”, vincou. Além destas diferenças, há outros elementos que explicam a confiança do candidato como o “reconhecimento do trabalho” dos eurodeputados comunistas que deram “voz” às “preocupações, dificuldades, e anseios” das pessoas.
Na estrada desde o mês passado, João Oliveira é o primeiro cabeça de lista às europeias a lançar-se em pré-campanha – e até admitiu que gostaria de ter começado mais cedo. “O facto de ter havido eleições [antecipadas] para a Assembleia da República impediu que este trabalho para o Parlamento Europeu pudesse ter começado mais cedo”. Um dos objetivos é diminuir a habitual abstenção através de “mais votos na CDU”, disse ao Expresso.
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