Eleições nos Açores

Pedro Nuno Santos recebido nos Açores com protesto de forças de segurança que exibiram cartão vermelho e cantaram hino

Pedro Nuno Santos recebido nos Açores com protesto de forças de segurança que exibiram cartão vermelho e cantaram hino
ANDRÉ KOSTERS

Cerca de 50 agentes da PSP, GNR e guardas prisionais manifestaram-se esta noite à chegada do secretário-geral do PS ao comício do partido em Vila Franca do Campo. Pedro Nuno Santos prometeu uma solução que fará parte do programa eleitoral do partido

Pedro Nuno Santos recebido nos Açores com protesto de forças de segurança que exibiram cartão vermelho e cantaram hino

Liliana Coelho

Jornalista

Cerca de meia centena de agentes da PSP, militares da GNR e guardas prisionais manifestaram-se na noite desta quinta-feira à chegada do secretário-geral do PS ao comício do partido que decorre no Açor Arena, em Vila Franca do Campo. O grupo de elementos das forças de segurança iniciou a ação de protesto em silêncio, levantando depois cartões vermelhos a Pedro Nuno Santos.

O líder socialista não ignorou o protesto e fez questão de se dirigir aos manifestantes, dando conta que já se reuniu com a associação ASPP (Associação Sindical de Profissionais de Polícia) e que irá incluir medidas para as forças de segurança no programa eleitoral do partido às legislativas de 10 de março.

Quando Nuno Santos se virou para prestar declarações aos jornalistas, os manifestantes - vestidos na sua maioria de negro - começaram a cantar o hino nacional, à semelhança dos protestos que têm acontecido por todo o país, obrigando o líder socialista a fazer uma pausa no seu discurso.

"Compreendemos e partilhamos dessas vossas preocupações. Estamos a trabalhar numa solução para que se sintam respeitados, se sintam valorizados, se sintam dignificados", afirmou Pedro Nuno Santos, ao lado de Vasco Cordeiro e Francisco César, tentando serenar os ânimos.

Rui Moutinho, dirigente da ASPP, disse ao Expresso que as forças de segurança sentem-se “desconsideradas” e que os protestos vão continuar no país para que de o Governo, agora de gestão, "de uma vez por todas resolvam a situação".

“Estamos aqui, porque soubemos que o secretário-geral do PS estaria presente para levar a nossa situação para o Governo que tem que resolver a solução para as forças de segurança”, insistiu, sublinhando que se trata de uma questão de soberania e não de autonomia.

Em causa está a atribuição de um subsídio, um suplemento de missão à PJ, pelo Governo, que deixou de fora as restantes forças de segurança.

Questionado sobre os protestos dos agricultores, Pedro Nuno reconheceu que o sector é “determinante” para o país e que não está tudo bem", sendo “preciso resolver problemas que ainda não foram resolvidos”. “Há respostas que têm que ser alteradas porque não produziram os resultados que se desejavam”, ressaltou.

Por isso, “é com respeito, com empatia para com os problemas dos outros e com humildade que nós olhamos para diferentes protestos ou expressão de descontentamento. A humildade de reconhecer que nem tudo resultou, que há muita coisa para fazer e muita coisa para mudar”, acrescentou.

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