A Cimeira da NATO de Haia, nos Países Baixos, foi ensaiada ao milímetro para o pano cair com Donald Trump a embarcar no Air Force One com uma vitória na bagagem, para exibir em Washington: os europeus e os canadianos aceitaram gastar 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa até 2035, e insuflaram-lhe o ego com tantos elogios que os Estados Unidos assinaram a declaração final reafirmando o compromisso com a defesa coletiva num quadro onde a Rússia e o terrorismo são as maiores ameaças. Para além da coreografia, no entanto, as tensões transatlânticas permaneceram vivas: uma guerra comercial que o Presidente francês, Emmanuel Macron, classificou como “uma aberração”, o tiro ao lado de Trump com a ameaça de aplicar tarifas a Espanha, e ainda as divergências na Ucrânia, ou a aprovação de gastos militares tão flexíveis que dão aos países margem para esperarem pelo próximo inquilino da Casa Branca, em 2029, antes de investirem tudo.
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