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Tempestade Perfeita: ministro Cravinho implicado em contrato fictício por acusado de corrupção

Marco Capitão Ferreira foi nomeado presidente da idD quando Cravinho era ministro da Defesa
Marco Capitão Ferreira foi nomeado presidente da idD quando Cravinho era ministro da Defesa
António Cotrim/ lusa

João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-ministro da Defesa, foi acusado por um membro da rede de corrupção do seu antigo ministério, de ter “acertado contas” com Marco Capitão Ferreira através de um contrato fabricado. Cravinho nega que este contrato fosse uma contrapartida pelo trabalho de Capitão numa “comissão-fantasma” que colaborou com o seu gabinete.

Tempestade Perfeita: ministro Cravinho implicado em contrato fictício por acusado de corrupção

Hugo Franco

Jornalista

Tempestade Perfeita: ministro Cravinho implicado em contrato fictício por acusado de corrupção

Vítor Matos

Jornalista

Paulo Branco, um dos acusados pelos crimes de corrupção e branqueamento na operação Tempestade Perfeita, implicou o ministro João Gomes Cravinho no caso da assessoria-relâmpago fabricada para pagar €50 mil a Marco Capitão Ferreira — o ex-secretário de Estado da Defesa que saiu do Governo no início de julho, após ter sido constituído arguido no mesmo processo, por corrupção e participação económica em negócio. Segundo o depoimento de Paulo Branco, que na época era o responsável financeiro da Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN), o então ministro da Defesa “tinha concordado” ou até “pedido” para se fazer um contrato de assessoria com Capitão Ferreira para o compensar e “pôr as contas em dia” pelos trabalhos realizados numa “comissão fantasma” que funcionava na órbita do seu gabinete.

No interrogatório complementar rea­lizado a 27 de julho, Paulo Branco declarou à procuradora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, Celestina Morgado, que Marco Capitão Ferreira “participou naquilo a que”, no ministério, chamavam de “Grupo Ninja”, ou “‘Black Ops’, para usar uma expressão militar”, no sentido de elaborar, de forma clandestina, um estudo para a “revisão do sector empresarial do Estado da Defesa”. Este grupo integrava outros elementos, como “Catarina Nunes, que veio a ser presidente da idD [a holding das indústrias de Defesa], e Irene Paredes, que à data era também funcionária da DGRDN”. Era a chamada “comissioni fantasmi”, segundo a classificação usada num e-mail pelo próprio Marco Capitão Ferreira para se referir ao grupo que trabalhava na sombra, como foi noticiado pela “Visão” no fim de julho.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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