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Marco Capitão começou a dar assessoria à Defesa antes de assinar o contrato de €61 mil. Participou só em duas reuniões

Marco Capitão Ferreira foi nomeado presidente da idD quando Cravinho era ministro da Defesa
Marco Capitão Ferreira foi nomeado presidente da idD quando Cravinho era ministro da Defesa
António Cotrim/ lusa

O ex-secretário de Estado da Defesa, agora arguido por corrupção, produziu trabalho efetivo de assessoria para o Ministério, mas foi antes de ter o contrato assinado, o que pode ser ilegal. Capitão Ferreira foi o mais barato de três professores convidados através de consulta: um desistiu, o outro era mais caro e não apresentou documentação

Marco Capitão começou a dar assessoria à Defesa antes de assinar o contrato de €61 mil. Participou só em duas reuniões

Vítor Matos

Jornalista

Os documentos enviados pelo Ministério da Defesa Nacional (MDN) à Comissão Parlamentar de Defesa - onde a ministra Helena Carreiras e o seu antecessor João Gomes Cravinho serão ouvidos esta sexta-feira - permitem lançar mais luz sobre o caso da polémica assessoria de Marco Capitão Ferreira, o ex-secretário de Estado da Defesa que se demitiu depois de constituído arguido por corrupção e participação económica em negócio, no âmbito da operação Tempestade Perfeita. Algumas das conclusões que se podem tirar dessa documentação abonam a favor do ex-governante, como a prova de que a assessoria realizada em cinco dias por €61,5 mil foi mesmo prestada, mas em parte isso aconteceu antes de o seu contrato ter sido assinado.

Entre despachos internos da Defesa, atas do grupo de trabalho que renegociava o contrato de manutenção dos helicópteros EH-101 e trocas de emails - a que o Expresso teve acesso -, é possível perceber que o professor de Direito foi contratado depois de um convite da Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN), com a consulta a mais dois juristas, mas um desistiu e outro foi eliminado.

O serviço, no entanto, começou a ser prestado antes de o contrato de assessoria ser assinado, o que será ilegal, segundo juristas antes ouvidos pelo Expresso: Marco Capitão participou numa reunião do júri e enviou notas em emails antes de a sua situação contratual estar formalizada com o Estado. Ao contrário do que foi noticiado por vários jornais, incluindo o Expresso, há provas materiais da participação de Capitão Ferreira na assessoria. A equipa de renegociação do contrato, de que o futuro secretário de Estado fazia parte, conseguiu baixar a proposta do fornecedor em €267,3 mil sem IVA. Mas o MDN avançou para os contratos de manutenção dos helicópteros EH-101 sem aprovação do Tribunal de Contas. Vamos por partes.

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