Defesa

Ex-secretário de Estado foi constituído arguido por suspeita de corrupção

Marco Capitão Ferreira foi nomeado presidente da idD quando Cravinho era ministro da Defesa
Marco Capitão Ferreira foi nomeado presidente da idD quando Cravinho era ministro da Defesa
António Cotrim/ lusa

Comunicado confirma buscas depois do anúncio da exoneração de Marco Capitão Ferreira, suspeito de corrupção e participação económica em negócio. Investigação é relativa aos anos de 2018 a 2021

Ex-secretário de Estado foi constituído arguido por suspeita de corrupção

Eunice Lourenço

Editora de Política

Ex-secretário de Estado foi constituído arguido por suspeita de corrupção

Vítor Matos

Jornalista

Ex-secretário de Estado foi constituído arguido por suspeita de corrupção

Rui Gustavo

Jornalista

O agora ex-secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, foi constituído arguido no âmbito da operação Tempestade Perfeita e é suspeito de corrupção e participação económica em negócio. De acordo com comunicados da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério da Defesa decorre esta sexta-feira uma operação policial com mandatos de busca ao Ministério e a casa de Capitão Ferreira.

A Polícia Judiciária, em investigação atribuída à Unidade Nacional de Combate à Corrupção, procedeu, no dia de hoje e na sequência da Operação “Tempestade Perfeita”, cujas primeiras buscas e detenções ocorreram em 6 de dezembro de 2022, à realização de nova operação policial visando a execução de dois mandados de busca, um de busca domiciliária e o outro de busca não domiciliária, visando a recolha de elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas, designadamente corrupção e participarão económica em negócio”, lê-se no comunicado da PJ, divulgado já depois de uma curta nota do Ministério da Defesa, que deu conta da realização de buscas.

O Ministério da Defesa Nacional confirma a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021”, diz a nota em que o Ministério “reafirma a total colaboração com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado”.

Ainda segundo o comunicado da PJ, a operação foi “desencadeada no âmbito de inquérito titulado pelo DIAP Regional de Lisboa, que contou com a colaboração da Unidade de Perícia Tecnológica Informática e foi acompanhada por duas Magistradas do DIAP Regional de Lisboa, decorreu na região de Lisboa, tendo-se procedido ainda à constituição de um arguido”.

No período de investigação indicado, o ministro era João Gomes Cravinho, agora ministro dos Negócios Estrangeiros.

A operação policial foi conhecida poucas horas depois de ser conhecida a exoneração do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, envolvido em vários casos, o último dos quais divulgado esta semana pelo Expresso.

Marco Capitão Ferreira desempenha cargos na área da Defesa há quase duas décadas. Entre 2006 e 2008, foi adjunto do ministro da Defesa, na altura Nuno Severiano Teixeira. Depois passou a administrador da Empordef - Empresas Portuguesas de Defesa, onde ficou até 2011. Em 2019 foi presidente da comissão liquidatária da Empordef e, entre 2020 a 2022, foi presidente do Conselho de Administração da IdD, a holding das indústrias de Defesa, e administrador da OGMA.

Texto atualizado às 13h15, com comunicado da PJ

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: elourenco@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate