Defesa

Ministra da Defesa espera por análise técnica para se pronunciar sobre navio 'Mondego'

Helena Carreiras espera entregar novo conceito estratégico no fim de janeiro
Helena Carreiras espera entregar novo conceito estratégico no fim de janeiro
RODRIGO ANTUNES/LUSA

Navio falou missão nas Desertas por motivos de ordem técnica. Ministra rejeita “colapso” de meios

A ministra da Defesa Nacional disse esta terça-feira que aguarda pela análise técnica que está a ser feita ao Navio da República Portuguesa (NRP) 'Mondego', na sequência de mais uma avaria, para se poder pronunciar sobre o assunto. "Houve de facto uma questão técnica que está, neste momento, a ser avaliada. Há uma equipa técnica da Marinha que está a fazer a avaliação e vamos aguardar por essa avaliação para nos podermos pronunciar", disse Helena Carreiras, em declarações à agência Lusa à margem da cerimónia de entrega do Prémio Defesa Nacional e Igualdade.

O navio da Marinha portuguesa 'Mondego', recentemente envolvido numa polémica por 13 militares terem recusado cumprir uma missão, teve hoje de abortar uma tarefa de rendição dos agentes da Polícia Marítima e de elementos do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza nas Ilhas Selvagens, na Madeira, por motivos de "ordem técnica".

Questionada pela Lusa sobre a atual situação dos navios da Marinha, com informações recentes na comunicação social a dar conta de avarias e inoperacionalidades que poderão indicar um colapso, a ministra reconheceu a necessidade de maior aposta na manutenção, mas negou qualquer colapso.

"Não estão a entrar em colapso e a prova disso é que as missões da Marinha estão a ser cumpridas e com enorme sucesso", disse, apontando as missões a nível nacional em operações de vigilância, fiscalização e busca e salvamento, e no plano internacional nas missões no quadro da União Europeia e da NATO.

Helena Carreiras adiantou que a aposta na manutenção dos meios militares é uma prioridade do Governo, destacando que a lei de programação militar, que já deu entrada na Assembleia da República, inclui uma duplicação das verbas atualmente existentes para essa área.

"Estamos a trabalhar ativamente para que as verbas sejam bem utilizadas em prol da modernização e sustentação dos nossos meios. É portanto essa ação que esta a ser tomada e é essa competência que tenho de cuidar para que os nossos meios militares possam ser postos ao serviço das variadas missões das forças armadas em toda a segurança", frisou.

Segundo um comunicado do Comando da Marinha da Zona Marítima da Madeira, o navio 'Mondego' "será objeto, ainda hoje, de uma inspeção técnica por parte de peritos da Direção de Navios, que se deslocarão à ilha da Madeira".

Também à margem da cerimónia de entrega do prémio Defesa Nacional e Igualdade, a agência Lusa tentou questionar o Chefe de Estado-Maior da Armada sobre a situação do NRP 'Mondego', mas Gouveia e Melo recusou-se a prestar declarações.

No passado dia 11 de março, o NRP 'Mondego' falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após 13 militares se terem recusado a embarcar, alegando razões de segurança.

A Marinha participou o sucedido à Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal, tendo também instaurado processos disciplinares.

Segundo a defesa dos militares, o Ministério Público suspendeu a audição dos militares que estava agendada para analisar o processo com mais detalhe.

Em causa estarão infrações ao código da Justiça Militar por "insubordinação por desobediência" e "insubordinação por prisão ilegal ou rigor ilegítimo".

Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares para se recusarem a embarcar constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais, entre outras alegadas deficiências do navio.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas