A queda do Governo depois do chumbo da moção de confiança, debatida durante cinco horas no Parlamento com um dramatismo inédito, contaminou as eleições presidenciais: antes de mais, nos calendários dos candidatos. Esta semana, o almirante Henrique Gouveia e Melo consentiu a constituição de um movimento de apoio, mas adiou a apresentação da sua candidatura para depois das legislativas de maio. No campo socialista, António José Seguro ainda não se tinha pronunciado sobre a convocação de eleições até ao fecho desta edição e António Vitorino continua a hibernar. As circunstâncias deixam, assim, Luís Marques Mendes mais exposto, por ser o único candidato assumido, depois de o Governo ter adaptado o seu roteiro, cujo desfecho acabou por ser a queda do Executivo. Mendes sugeriu que o primeiro-ministro desse mais esclarecimentos por escrito, para o PS desistir da Comissão Parlamentar de Inquérito e o Governo deixar cair a moção de confiança. Não resultou.
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