Crise política

Jardim defende eleições na Madeira: "Termina o ciclo político daquele grupo chamado renovação"

Jardim defende eleições na Madeira: "Termina o ciclo político daquele grupo chamado renovação"
gregório cunha

Antigo presidente do governo regional diz que tempo de Albuquerque acabou e o PSD-Madeira tem de ter novas caras

Jardim defende eleições na Madeira: "Termina o ciclo político daquele grupo chamado renovação"

Eunice Lourenço

Editora de Política

Alberto João Jardim defende a realização de eleições na Madeira e dá por encerrado o ciclo político de Miguel Albuquerque à frente do governo e do PSD regionais. “No meu entender tem de haver eleições”, disse Jardim em declarações à RTP.

O histórico presidente do executivo madeirense, contudo, não se fica por defender eleições. Dá mesmo por encerrado o ciclo político protagonizado por Miguel Albuquerque. “Estamos num fim de ciclo, termina o ciclo político daquele grupo chamado renovação”, afirmou. Albuquerque, que chegou a ser uma espécie de delfim de Jardim, acabou por tornar-se o seu rival e venceu as eleições do PSD-Madeira em 2014, com Jardim a apoiar António Manuel Correia.

Nas eleições regionais de 2015, o sucessor de Jardim venceu as regionais mantendo a maioria absoluta para o PSD-Madeira. Mas quatro anos depois, perdeu essa maioria nas urnas e fez uma coligação pós-eleitoral com o CDS para manter maioria absoluta no parlamento regional. Nessa negociação, o CDS - que foi durante décadas oposição na Madeira - entrou para o governo regional e garantiu para José Manuel Rodrigues o lugar de presidente da Assembleia Legislativa Regional.

Nas regionais de setembro de 2023, PSD e CDS foram coligados às urnas, mas perderam a maioria absoluta. A solução encontrada para manter a estabilidade foi um acordo do PSD com o PAN, que elegeu a deputada Mónica Freitas. O PAN já retirou a confiança política a Miguel Albuquerque, mas mantem-se disponível para manter o acordo com o PSD num novo governo e até aceita que o atual presidente regional fique no cargo até à discussão do orçamento regional.

O CDS, contudo, quer a saída imediata de Albuquerque e até ameaça derrubá-lo. O líder regional do CDS, Rui Barreto, entende que será possível garantir condições de estabilidade com um novo governo, sem necessidade de ir a eleições, que só podem ser convocadas a partir de 24 de março e só podem realizar-se a partir de meio de maio.

Jardim, pelo contrário, acha que o melhor mesmo é ir a eleições. “O PSD não pode dar qualquer imagem de ter receio do voto popular”, afirmou o histórico líder regional, que apela já a Marcelo Rebelo de Sousa para que dê tempo ao PSD-Madeira para escolher novo líder: “A única coisa que aqui é preciso é o seguinte: o Presidente da República tem de fazer a mesma coisa que fez para o PS em Lisboa, tem de dar tempo para o PSD encontrar novos dirigentes, apresentar outras caras.”

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