Avisos a Montenegro, campanha por Pedro Nuno: os conselhos de António Costa para o senhor que se segue

O primeiro-ministro não resiste a ir deixando avisos a Luís Montenegro e a fazer campanha por Pedro Nuno Santos
O primeiro-ministro não resiste a ir deixando avisos a Luís Montenegro e a fazer campanha por Pedro Nuno Santos
Coordenadora de Política
“É um conselho que dou”, disse António Costa há uma semana, em Oeiras, quando assinava o protocolo para a construção de 770 casas de renda acessível. O primeiro-ministro gosta de cargos executivos e tem-lhe sido difícil sair da pele em que viverá pelo menos até ao final de março, e quando o faz a leitura é dupla: entra na campanha a ajudar Pedro Nuno Santos e deixa recados a Luís Montenegro. Até ser substituído em São Bento, vai andando por aí, deixando reparos, avisos e conselhos a quem vier a suceder-lhe na liderança do Governo.
O conselho em Oeiras era mais um aviso. António Costa tinha ouvido Luís Montenegro admitir que gostava de renegociar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Bruxelas e decidiu dizer que “o último Governo [europeu] que chegou e quis negociar” o PRR “o que conseguiu foi estar um ano parado e andar a suplicar para lhe estenderem o prazo de execução”. O resumo era simples: “gostem ou não gostem”, vão ter mesmo de executar o plano que o seu Governo deixa. Marcelo ouviu e deu-lhe selo presidencial ao defender, dias depois, que é preciso “todo o bom senso” para “não reabrir processos que não têm sucesso a nível europeu e podem retardar aquilo que convinha não retardar mais”.
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