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Crise política

Futuro de Costa preso pelo Supremo

Futuro de Costa preso pelo Supremo
Joao Girao

António Costa repete estratégia e atira culpas pela crise para PGR e Marcelo. Socialistas esperam conclusões do processo antes das europeias

Futuro de Costa preso pelo Supremo

Rita Dinis

Jornalista

Futuro de Costa preso pelo Supremo

Liliana Valente

Coordenadora de Política

Desde que António Costa soube que o Supremo Tribunal de Justiça tinha instaurado um processo contra si, tem repetido que a justiça só comunica com ele “via jornais”. Mais de um mês depois de o processo ter sido instaurado (a 17 de outubro), continua sem nada saber. Alguns dos seus mais próximos — Ferro Rodrigues e Santos Silva — têm assumido as despesas das críticas à PGR, e o primeiro-ministro demissio­nário sabe bem que o seu futuro político está amarrado: enquanto decorrer a investigação, não tem condições para exercer cargos políticos. Seja em Portugal ou na Europa. “Até o assunto estar esclarecido, não devo exercer cargos públicos, porque é necessário preservar a integridade e o prestígio das instituições”, disse esta semana na Alemanha.

Uma forma de acelerar o processo poderia ser pedir para ser ouvido ou para ser constituído arguido, mas nem isso é certo que António Costa possa — ou vá — fazer. Ao que o Expresso apurou, o primeiro-ministro não foi ainda notificado formalmente e, nesse sentido, entende que a bola não está do seu lado. “António Costa tem os seus direitos políticos suspensos”, diz o socialista Augusto Santos Silva ao Expresso (ver texto aqui), reiterando que seria uma grande “injustiça” António Costa chegar a “março, abril, maio” sem saber o que realmente foi apurado sobre a sua responsabilidade nos negócios em investigação. O calendário não é inocente: em março há eleições legislativas (onde o PS que Costa entregar ao seu sucessor vai a votos) e em maio há campanha para as eleições europeias, cuja distribuição de votos vai ser decisiva para as ambições socialistas na atribuição de cargos de topo no novo Executivo — e Parlamento — comunitário.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rdinis@expresso.impresa.pt

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